Bento XVI convidou hoje os seus quase 2,5 milhões de seguidores na rede social Twitter a prestarem atenção a quem mais sofre como forma de descoberta de Deus.
“Se tivermos amor ao próximo, conseguiremos descobrir a face de Cristo no pobre, no indefeso, no doente e no atribulado”, refere a mensagem, publicada em oito línguas, incluindo o português, na conta @pontifex.
A frase sintetizava a catequese que o Papa proferiu na audiência pública desta semana, que reuniu milhares de pessoas na sala Paulo VI, do Vaticano, em volta do tema “o rosto de Deus”.
Segundo Bento XVI, é este rosto que “dá sentido, solidez, serenidade” ao caminho da humanidade e “toda a existência deve ser orientada para o encontro com ele”.
“O amor ao próximo deve ter um lugar central, o amor que, à luz do crucificado, nos faz reconhecer o rosto de Jesus no pobre, no fraco, em quem sofre”, acrescentou.
O Papa vincou que o termo ‘rosto’ ou face surge cerca de 400 vezes no Antigo Testamento, 100 das quais em referência a Deus.
Falando de improviso, acrescentou que “o desejo de conhecer realmente Deus, isto é, de ver o rosto de Deus, está inscrito em todos os homens, também nos ateus”.
Em português, Bento XVI disse que “Deus dá-se a conhecer, revela-se, entra na história, agindo por meio de mediadores, como Moisés, os Juízes, os Profetas, que comunicam ao seu povo a sua vontade”.
“Esta revelação alcança a sua plenitude em Jesus Cristo. Nele, Deus vem visitar a humanidade, de um modo que excede tudo o que se podia esperar: fazendo-se homem. Com Cristo, concretiza-se um desejo que permeava todo o Antigo Testamento: ver a face de Deus”, explicou.
O Papa frisou que “o povo de Israel sabia que Deus tinha uma face, ou seja, é alguém com quem se pode entrar em relação, mas, por outro lado, estavam cientes de que era impossível, nesta vida, ver a face de Deus”.
Bento XVI deixou uma “saudação cordial” aos peregrinos de língua portuguesa, nomeadamente ao grupo de “Cantorias”, da Diocese de Viseu.
Em italiano, o Papa evocou a celebração, esta quinta-feira, da festa litúrgica de Santo Antão, “insigne pai do monaquismo, mestre espiritual e modelo sublime de vida cristã”.
Santo Antão nasceu no Egito cerca do ano 250 e ficou conhecido por se ter retirado para o deserto, onde teve numerosos discípulos, antes de morrer em 356.
Agência Ecclesia – http://www.agencia.ecclesia.pt/cgi-bin/noticia.pl?&id=94046