O Papa presidiu hoje à missa de tomada de posse da Catedral de Roma, a Basílica de São João de Latrão, na qual pediu que a humanidade responda à “proposta de Deus” e não às “propostas do mundo”.
“Para Deus, não somos números; somos importantes, antes, somos o que Ele tem de mais importante; apesar de pecadores, somos aquilo que Lhe está mais a peito”, disse Francisco, na homilia da celebração, após ter sido saudado por várias centenas de pessoas à entrada.
A chamada ‘incatedratio’ de Francisco na ‘cátedra romana’ sublinha a ligação do Papa à Diocese de Roma, de que é bispo, e o poder de ensinamento da sua figura.
A intervenção centrou-se no tema da misericórdia divina e do “estilo de Deus”, que se distingue das pessoas que querem “tudo e imediatamente”.
“Deus é paciente connosco, porque nos ama e quem ama compreende, espera, dá confiança, não abandona, não corta as pontes, sabe perdoar. Recordemo-lo na nossa vida de cristãos: Deus sempre espera por nós, mesmo quando nos afastamos”, acrescentou.
A celebração começou junto à porta da basílica, seguindo para a cadeira de presidência, da qual o Papa tomou posse depois de uma saudação do cardeal vigário para a diocese da capital italiana, D. Agostino Vallini.
Uma representação da Diocese de Roma prestou posteriormente a sua obediência a Francisco: o cardeal Vallini, membros do clero, religiosos e religiosas, uma família (pai, mãe e quatro filhos) e dois leigos.
O Papa evocou a celebração do II Domingo de Páscoa, designado também «Domingo da Divina Misericórdia»: “Como é grande e profundo o amor de Deus por nós! É um amor que não falha, que sempre agarra a nossa mão, nos sustenta, levanta e guia”.
Francisco voltou a apresentar uma reflexão sobre a “parábola do Pai misericordioso”, cujo filho mais novo sai de casa, com a sua parte da herança, e gasta tudo, antes de regressar.
“E o Pai? Teria ele esquecido o filho? Não, nunca! Está lá, avista-o ao longe, tinha esperado por ele todos os dias, todos os momentos: sempre esteve no seu coração como filho, apesar de o ter deixado e malbaratado todo o património”, observou.
Para o Papa, esta “paciência” de Deus deve encontrar, por parte de cada pessoa, a “coragem de regressar a Ele, qualquer que seja o erro, qualquer que seja o pecado”.
Francisco chegou à basílica num carro descoberto e descerrou, depois, uma placa diante do edifício que dedicou a praça que se encontra diante da catedral a João Paulo II, pontífice de 1978 a 2005.
No final da missa, o Papa argentino fez uma intervenção que não estava prevista, desde a varanda central da Basílica de São João de Latrão.
“Boa tarde! Agradeço-vos muito pela vossa companhia na missa de hoje, muito obrigado. Peço-vos que rezeis por mim, preciso disso, não vos esqueçais. Obrigado a todos vós”, disse.
O Papa repetiu o convite a um caminho conjunto, “o povo e o bispo, todos juntos”, com a “alegria da ressurreição de Jesus”.
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