Neste domingo 2 de junho, o Papa Francisco assomou à janela do apartamento pontifício para a tradicional oração mariana do Angelus. Diante de milhares de fiéis de diversas partes do mundo reunidos na Praça São Pedro e adjacências, o Santo Padre centrou a sua meditação – que antece a oração – na Eucaristia.
O Papa Francisco recordou no início de sua meditação a festa de Corpus Christi celebrada no Vaticano e em diversos países na quinta-feira passada (em Itália e em outros países é celebrada neste domingo).
Partindo da passagem da multiplicação dos pães (Lc 9,11-17), o Papa observou o quanto era humano o comportamento dos discípulos, que tentam buscar uma “solução realista, que não crie problemas”, não confiando assim na Providência, capaz de garantir alimento à multidão que seguia Jesus, às margens do Lago da Galileia.
Jesus preocupa-se com a multidão faminta e cansada que o segue. Os discípulos aconselham o Mestre a ‘despedir a multidão para que procurem o seu próprio alimento’ e Jesus diz-lhes: ‘Dai-lhes vós mesmos de comer’. “Jesus sabe bem o que fazer – observa o Papa – mas Ele quer envolver os discípulos, educá-los”.
Continuando a sua meditação, o Papa Francisco destaca a pré-figuração da Eucaristia como alimento, contida nesta passagem: “O comportamento de Jesus é claramente diferente e é ditado pela sua união com o Pai e pela compaixão pelas pessoas, mas também pelo desejo de dar uma mensagem aos discípulos. Diante daqueles cinco pães, Jesus pensa: eis a Providência! A partir deste pouco, Deus pode dar o necessário para todos. Jesus confia totalmente no Pai celeste, sabe que para Ele tudo é possível. Por isto diz aos discípulos para fazerem as pessoas sentarem-se em grupos de cinquenta. E não é por acaso – ressalta Francisco. Isto significa que não são mais uma multidão, mas tornam-se comunidade, nutrida pelo Pão de Deus. E depois toma os pães e os peixes, levanta os olhos ao céu e abençoa – é uma clara referência a Eucaristia -, depois parte os pães e começa a dá-los aos discípulos, e os discípulos distribuem-nos….e os pães e os peixes não acabam! Eis o milagre: mais que uma multiplicação é uma partilha, motivada pela fé e pela oração. Todos comeram e vai mais além: é o sinal de Jesus, pão de Deus para a humanidade”.
O Santo Padre salienta o sentido da Eucaristia como serviço e partilha, observando que os discípulos não entenderam bem a mensagem, “foram tomados, como a multidão, pelo entusiasmo do sucesso. Mais uma vez seguiram a lógica humana e não aquela de Deus, aquela do serviço, do amor, da fé”.
No final, o Papa observou que a Festa de Corpus Christi lembra-nos para “convertermos a nossa fé na Providência, de saber partilhar o pouco que somos e temos e não nos fecharmos nunca em nós mesmos”.
E rezou: “Peçamos a nossa Mãe Maria para nos ajudar nesta conversão, para seguir verdadeiramente, sempre mais, este Jesus que adoramos na Eucaristia”.
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