O Papa vai completar esta segunda-feira quatro anos de pontificado, marcados por mensagens de abertura e diálogo, com atenção aos mais desfavorecidos, e medidas de reforma interna.

Francisco disse esta semana, em entrevista a um periódico alemão, que não gosta da “idealização” da sua figura, ele que já foi representado como um super-herói.

“Eu sou um pecador, sou limitado”, referiu ao ‘Die Zeit’, depois de em janeiro ter referido ao ‘El País’ que apenas quer uma Igreja mais “próxima” e rejeita a ideia de “revolução” ou de ser “incompreendido”.

Repetindo alertas contra a onda de “populismo” no Ocidente, Francisco tem sublinhado a necessidade de construir “pontes” para travar a cultura do “medo” do outro que leva a levantar “muros”, ao mesmo tempo que critica a exploração dos países mais pobres e os negócios da guerra.

A mensagem passa por gestos concretos, como a visita a Amatrice, uma das zonas afetadas pelos sismos no centro de Itália, a viagem a Lesbos, de onde voltou com um grupo de refugiados, ou o encontro com líderes de várias religiões, na cidade italiana de Assis, assinando uma declaração conjunta pela paz que rejeita o terrorismo fundamentalismo.

A condenação da violência em nome da religião, da “loucura homicida” do fundamentalismo tem acontecido em diversas ocasiões, muitas vezes com o pano de fundo a perseguição a minorias religiosas no Médio Oriente e o “martírio” dos cristãos em vários países.

Ecumenicamente, os últimos meses ficaram marcados pelo encontro histórico com o patriarca ortodoxo de Moscovo, Cirilo, em Cuba; pela viagem à Suécia, para assinalar com os luteranos os 500 anos da reforma protestante; e pela primeira visita de um Papa à igreja anglicana de Roma.

A aproximação a outras comunidades cristãs tem gerado algumas críticas internas, que se multiplicaram a respeito de posições apresentadas na exortação apostólica pós-sinodal ‘Amoris Laetitia’, que recolhe os resultados de dois Sínodos sobre a família (2014 e 2015), na qual se propõe um caminho de “discernimento” para os católicos divorciados que voltaram a casar civilmente.

No atual pontificado, a Igreja Católica viveu o terceiro Ano Santo extraordinário da sua história, o Jubileu da Misericórdia, para, nas palavras do Papa, sublinhar que “a misericórdia é o nome de Deus” e recordar a importância do “perdão”.

Agência Ecclesia – ler artigo completo aqui.