O Tempo Comum está prestes a chegar ao seu termo. Vamos, dentro de  poucos dias, comoçar o novo Ano Litúrgico. O domingo que faz a transição para o Advento e o Tempo do Natal é dedicado a Jesus Cristo como Rei do Universo. Procurar o sentido e o conteúdo desta proclamação de Jesus Cristo como Rei do Universo eis o que desejamos saber. Podemos lançar mão da Palavra de Deus e da Tradição  cristã que nos esclarecem sobre o sentido da proclamação de Jesus que é Rei.

Este título, dado a Jesus, aparece no Evangelho pouco tempo depois do Seu nascimento. Os Magos, vindos do Oriente à procura de  Jesus, perguntam: “onde está o Rei dos Judeus que acaba de nascer?” (Mt. 2,2). Herodes perturba-se e move uma perseguição destinada a tirar-Lhe a vida. Prosseguindo esta busca chegaremos ao acontecimento da paixão e da condenação à morte de Jesus, onde vamos encontrar Pilatos a falar-Lhe. Nesta conversa Pilatos pergunta-Lhe: “Tu és Rei?” Ao que Jesus Responde: “Tu o dizes! Eu sou Rei! Para isso nasci, e para isso vim ao mundo, a fim de dar testemunho da verdade. Todo aquele que é da verdade ouve a minha voz.” (Jn. 18, 37-38) Estas palavras de Jesus transportam uma riqueza muito particular porque são claras e diretas. A Sua realeza nasce da verdade e do testemunho, ou seja, do seu modo de viver e de morrer. Quem ama e procura a verdade de si mesmo, dos outros, de tudo o que existe e, particularmente, de Deus participa na Realeza de Jesus. Ele não procurou na Sua vida senão a verdade, amando-a e sendo-lhe fiel até ao fim. A Sua fidelidade é a coroa da Sua realeza.

Podemos ainda destacar outra marca da Sua realeza, a saber a universalidade da Sua vida e da Sua mensagem. Veio para anunciar  a todos que somos irmãos pelo Amor que o Pai nos dedica. Procura e acolhe da mesma maneira judeus  e samaritanos, Zaqueu e Maria Madalena, a mulher estrangeira e Pedro que o negou. Até Judas é saudado como amigo. Homem universal ontem, hoje e sempre. Nosso Rei e Nosso Senhor.

Pe. Manuel Magalhães Fernandes