ABRAÃO, NOSSO PAI NA FÉ
A figura de Abraão que hoje nos é apresentada na 1.ª Leitura é, na verdade, uma figura impressionante e carismática. Impressionante pela qualidade da sua vida, uma vida que brota de um grande coração e que se desenrola através de gestos e atitudes que nos tocam de uma maneira muito particular; carismática porque o seu exemplo e a sua grandeza moral estão na origem de um povo – o povo judeu, na Fé num único Deus e não em vários deuses como sucedia com os povos vizinhos de Israel e, ainda, no nascimento de Jesus que surge da descendência de Abraão. E não devemos esquecer que a pessoa de Abraão estabelece uma ligação entre judeus, cristãos, e muçulmanos. Todos lhe chamam PAI NA FÉ e todos o olham como modelo de confiança em Deus. CONFIANÇA E AMIZADE manifestam-se em Abraão como duas realidades que enchem a sua vida. Confia em Deus até ao extremo limite de lhe oferecer o seu único filho, atitude que convence da sua FÉ que ultrapassa todas as barreiras. Andamos à procura de sinais, não é verdade? Pois aqui está este grande SINAL que só a entrega de Cristo no Calvário (e que Isaac prefigurava), poderá coroar em plenitude.
O Evangelho de Marcos apresenta-nos a TRANSFIGURAÇÃO de Jesus no monte Tabor, num momento em que Ele se encontra a caminho de Jerusalém, onde vai para que, na Sua pessoa, se concretize o sacrifício de Isaac. Este acontecimento é da maior importância para a nossa Fé, pois nos mostra que Jesus é o Messias enviado pelo Pai, ELE próprio Deus em pessoa, e nos faz entrar dentro do Mistério da Sua Paixão, Morte e Ressurreição. De certo modo, no seguimento de Abraão, também nós acolhemos O AMOR que o próprio Deus vive na unidade das três pessoas e crescemos na confiança e na amizade com o SENHOR JESUS, filho, pela Sua natureza humana, de Abraão. O mistério que viveremos na eternidade começa já aqui. Assim se exprimiu Isabel da Santíssima Trindade.
Padre Manuel João Magalhães Fernandes