«Pai, salva-me desta HORA? Mas por causa disto é que eu cheguei a esta HORA.» (Jo 12)
Ouvimos estas palavas no domingo passado. Elas levam-nos a conhecer o MOMENTO maior da vida de Jesus, o grande acontecimento para o qual Ele se vinha a preparar. Chegou, de facto, a Sua Hora, a Hora de ser levantado da terra e de dizer: «Tudo está consumado.» Seguindo o caminho que Jesus percorreu até chegar ao Calvário, vamos percebendo como era total a sua entrega e a sua convicção da Missão que lhe fora confiada e que Ele aceitou plenamente. Como que tocamos no mais profundo e mais radical do Seu ser. Na Sua humanidade, no Seu SER HOMEM, manifesta-se o pensar de Deus sobre todo o ser humano. Nascemos para chegarmos à nossa hora, a hora de, pela iluminação do Espírito de Cristo, realizarmos a Missão que nos foi confiada. As palavras de Isaías na primeira leitura deste domingo, querem dar alento aos abatidos pelas dificuldades encontradas no caminho. Nesta mensagem vemos o retrato do Senhor Jesus que, ora caindo, ora levantando-se, vai andando até chegar à meta. «O Senhor Deus abriu-me os ouvidos e eu não resisti nem recuei um passo.» (Is. 50) Ninguém julgue que está só ou foi deixado na berma da estrada. Haverá sempre um samaritano para nos levantar e tratar as feridas. E o SAMARITANO é ELE – o Senhor Jesus. Louvado seja para sempre.
A entrada solene de Jesus em Jerusalém, a que o Evangelho dá um destaque muito especial, manifesta a realeza de que é dotado o Filho do Homem. Na sua qualidade de Filho Unigénito do Pai, Ele foi constituído REI de todas as criaturas. A todas Ele quer reconduzir ao caminho da paz e da justiça. No entanto, se muitos o aplaudiram e cantaram Hossanas, quantos o defenderam na hora em que foi julgado e condenado à morte? Estamos assim perante a determinação serena e fiel de levar até ao fim o plano de salvação da humanidade, mergulhada na escravidão do mal e o quadro da cegueira que conduz à morte do INOCENTE – JESUS CRISTO. A Esperança nunca morre no coração de Deus. Ele espera ser ouvido e não desiste jamais.
Padre Manuel João Magalhães Fernandes