No passado dia 24 de Março, os Caminheiros e alguns Animadores do Agrupamento 597-Tires rumaram até à Serra da Freita para 4 dias inesquecíveis, que combinaram trilhos de rara beleza, que nos levaram a descobrir a aldeia mágica de Drave.

A aldeia mágica de Drave. Parece uma aldeia retirada de um conto de fadas. Uma aldeia misteriosa e encantadora, desabitada há cerca de 17 anos. Não há eletricidade, água canalizada, rede de telemóvel ou mesmo estradas que permitam o acesso por automóvel.

A vista que se pode apreciar do alto do estradão é surpreendente. As casas são em lousinha e os telhados de xisto, apenas uma capela de paredes brancas contrasta com as restantes (capela dedicada a Nossa Senhora da Saúde). Da aldeia, destaca-se ainda uma pequena ponte romana em arco sob uma cascata de água cristalina.

Todo o percurso até chegar à Aldeia (cerca de 4km) foi feito debaixo de uma chuva que gelava e um vento que cortava, onde foi preciso o grupo unir-se e mostrar a sua entreajuda e espírito de sacrifício para superar as condições adversas.

Já na Aldeia, toda a fadiga e mau estar rapidamente se dissiparam ao perceber que estávamos num cenário com uma envolvente única e idílica ideal para vivermos a semana santa, conseguindo assim parar, olhar e contemplar tudo à nossa volta sem o ruído habitual das cidades e do nosso dia-a-dia, estando assim todos os nossos sentidos em alerta e mais apurados para ouvir o nosso interior, redescobrirmos a nós próprios e de estar mais próximo do próximo, mais próximo de Deus.

Um dos momentos altos foi percorrer o Trilho do Sol, um programa de caminheirismo mais ligado à espiritualidade, que consistia numa caminhada envolvida com uma dinâmica acerca da vida de S. Paulo, diferente da que estávamos habituados. Este programa permitiu-nos um bom momento de reflexão, tanto a nível individual como em Clã, onde reinaram momentos de introspeção, partilha, comunhão, contemplação e gratidão.

No primeiro dia, se a descer até à Aldeia todos os santos ajudaram, mesmo com as condições adversas, no último dia para regressar, o caminho foi sempre a subir com elevações muito duras e debaixo de um sol abrasador, carregando tudo o que tínhamos levado, uma vez que não pode haver qualquer vestígio de lixo e tudo o que foi para a aldeia tem de voltar, mas animicamente este grupo tinha as forças renovadas para enfrentar este desafio da melhor forma, sempre com um espírito de união incrível.

Foram, sem dúvida, 4 dias enriquecedores a todos os níveis, num espaço místico e espiritual, que alia o contacto com a natureza à formação de mulheres e homens do amanhã. Trazemos de Drave um espírito renovado e uma mochila carregada de gratidão e paz interior que queremos passar para a nossa comunidade, sabendo sempre que o nosso amigo Jesus dignou-se a ser o nosso Guia e Companheiro nesta jornada e que se apresentou como um caminho vivo, iluminando sempre com o seu espírito e que, apesar das fadigas e das contradições da jornada, Ele caminhou alegremente connosco.

Bruno Arcanjo