Quando o Sr. Padre Magalhães me pediu que escrevesse algumas palavras sobre a nossa peregrinação a pé a Fátima, eu pensei: porquê eu, quando há tanta gente com dotes de escrita que eu não tenho. Mas como o cristão deve estar sempre preparado para dar testemunho de Cristo, deixo-vos a minha vivência desta maravilhosa caminhada.

Começámos o dia da partida com o encontro e a participação na Eucaristia na nossa Igreja, presidida pelo pároco que fez questão de estar connosco. Depois, em autocarro, rumámos até ao Parque das Nações, para iniciarmos a nossa caminhada até ao Santuário de Fátima.

Não posso dizer que é fácil, pois embora no começo tudo pareça fácil, a verdade é que há medida que vamos avançando, e com o passar das horas, começam as dores e o cansaço a tentar tomar conta de nós. Nestes momentos de sofrimento sentimos como a presença de Jesus e de Maria são uma constante no nosso caminho. Presença que se manifesta através da nossa oração diária e nos nossos irmãos e companheiros de viagem. Num abraço, num carinho, numa palavra amiga, na disponibilidade de ajuda (dando massagens, colocando pensos, acudindo a qualquer maleita), tudo é partilho com muito amor e fraternidade. Assim, as dores foram ficando esquecidas. Foi neste ambiente de partilha e oração que fomos avançando a cada dia, e cada dia mais perto da terra esperada, onde sabíamos ter uma Mãe à nossa espera para nos acolher e cuidar das nossas mazelas físicas e espirituais.

Chegados a Fátima, entrámos no Santuário cantando e louvando a Deus e a Sua Mãe, e nossa Mãe. As dores e o cansaço ficaram para trás. A emoção é indiscritível. Invade-nos a alegria da chegada e o poder do Amor e confiança em Jesus e Maria.

Adelaide Felício