Adão e Eva são figuras emblemáticas que, de vez em quando, nos são apresentadas na celebração da Fé. De facto, eles introduzem a narração bíblica no livro do Génesis e dão-nos uma primeira imagem do Deus da Bíblia. Fixemo-nos em Adão e Eva e também nesta primeira imagem de Deus.
O primeiro casal da Bíblia é apresentado num estado de perfeição. São fruto das mãos de Deus, que aparece como o Artista que executa a sua obra-prima. Entrega-se todo ao seu trabalho de criação e modela o homem e a mulher à Sua imagem. E assim, Adão e Eva são, como casal, um reflexo do próprio Deus. São da Sua família, se assim nos podemos exprimir. E quando por desobediência e por não terem acolhido a sua condição de criaturas, se deixam dominar pelo mal, Deus não os abandona nem os rejeita. Sai a procurá-los. O rumor dos seus passos no jardim, levam Adão e Eva a esconderem-se com medo do castigo, mas Deus chama por eles, conversa com eles sobre o que aconteceu, apontando-lhes o caminho da reconciliação e dizendo-lhes que a porta da Sua casa continua aberta para os acolher. Que bela imagem, imagem de Deus e imagem de todos nós, as suas criaturas, pois mesmo quando fugimos d’Ele, nunca Ele cessa de nos procurar, e particularmente de nos amar. O Seu Amor sem limites é o sustentáculo da nossa vida. Como apreciamos e como rezamos este acontecimento único e sempre renovado, de nos oferecer o Seu próprio Filho, que veio ao nosso encontro, fazendo-se um de nós?
Uma referência ao Evangelho deste domingo. A pergunta que Jesus faz: «quem é minha Mãe e meus irmãos?» e à qual Ele mesmo dá a resposta, a saber: «quem fizer a vontade de Deus esse é meu irmão, minha irmã e minha Mãe». (Mc. 3)
Padre Magalhães Fernandes