Com a festa do Batismo do Senhor Jesus Cristo encerramos o ciclo natalício e inicia-se a vivência do Tempo Comum do Ano litúrgico.

Neste segundo domingo, somos convidados a contemplar o episódio das “bodas de Caná” (João 2,1-11), em que Jesus transformou em vinho bom, muitos litros de água. Este foi o primeiro sinal (milagre) que Ele realizou no início da Sua vida apostólica.

O contexto de um banquete de núpcias, escolhido por Jesus, remete para o simbolismo matrimonial, frequente no Antigo Testamento, para indicar a Aliança entre Deus e o Seu Povo, e no Novo Testamento para significar a união de Cristo com a Igreja. Representa o encontro entre Deus e a humanidade. É um encontro em que não pode faltar um dos elementos essenciais, o vinho. O vinho simboliza felicidade, amor divino, fertilidade, conhecimento, prazer, etc. Assim sendo, uma festa sem vinho torna-se uma festa sem vida, sem alegria, quase como uma celebração fúnebre. Com este milagre, Ele manifestou em público a Sua glória, e o Seu poder divino suscitando a fé dos Seus discípulos. Os milagres não são fim em si mesmos, mas têm como objetivo levar à fé os que os experimentam ou testemunham.

O Povo de Israel esperava o Reino de Deus de que falava o Profeta Isaías, assemelhando-o a um banquete preparado com pratos gordos, alimentos suculentos, vinhos excelentes e refinados (Is 25,6). No entanto, passando séculos sem acontecer a realização desta promessa, o povo vivia desanimado e desiludido. As bodas sem vinho representam esta situação triste do povo de Israel e da humanidade inteira. A vida sem Jesus é uma festa sem vinho.

Quantas famílias e pessoas vivem sem esta alegria que é a presença de Jesus. Acabar o vinho era um mau sinal. À preocupação de Maria – “Não têm vinho” -, Jesus dá uma resposta que parece uma repreensão “mulher, que temos nós com isso? Ainda não chegou a minha hora”, Mas a intercessão de Maria apressou a hora de Jesus e o vinho apareceu.

Esta transformação da água em vinho simboliza a passagem da antiga à nova economia da salvação. O vinho novo é melhor. Esta é a missão de Maria: dar o vinho novo, Jesus, à humanidade e levar a humanidade a Jesus.

Tal como o chefe de mesa surpreendido com o vinho novo, perguntou “ De onde veio este vinho?” devemos também nós procurar saber de que forma poderemos alcançar a verdadeira alegria e paz interior na vida.

Questões para Meditar!

1. Qual é a fonte da verdadeira alegria?

2. Quais os obstáculos que impedem a minha felicidade?

3. Quais são os sinais que me apontam que vivo uma vida sem vinho (Cristo)?

4. Será que reconheço a solicitude da Virgem Maria na minha caminhada da fé?

Que nunca falte vinho (alegria) na nossa vida como Cristãos. Que Nossa Senhora da Graça e São José intercedam por nós.

P. Andrew Prince