Com a missa e a imposição das cinzas, na quarta-feira passada, solenemente iniciámos o santo tempo da quaresma. Fomos relembrados que somos pó da terra e à terra havemos de voltar. Portanto o tempo da quaresma oferece-nos um momento propício para a renovação da nossa vida através da oração intensa, da esmola e do jejum. É tempo de reconciliação, isto é, reconhecer que nem sempre conseguimos viver como cristãos no meio das instabilidades deste mundo. Uma reconciliação que brote do coração e restabeleça a nossa amizade, primeiro com Deus e depois com o próximo.
A quaresma é uma oportunidade imperdível para cada cristão. Deveríamos sempre dirigir o nosso olhar para o Pai mas nem sempre isso acontece. Por isso, mais uma vez, o Pai vem revelar-nos que é Misericordioso e Compassivo.
Neste primeiro domingo da quaresma, a santa liturgia convida-nos a ir com Jesus até ao deserto para sermos tentados. Um episódio que, segundo São Lucas, ocorreu logo depois do batismo de Jesus no rio Jordão.
A tentação é inevitável na vida do Cristão, mas Jesus indica-nos a chave para podermos enfrentá-la e superá-la. As três tentações descritas pelo evangelista S. Lucas, a do ter, do poder e do prazer, resumem bem todas as tentações que enfrentamos nesta vida, e que devem ser ocasiões oportunas para provar a nossa fidelidade ao projeto de Deus e a nossa capacidade para usarmos com sabedoria a liberdade que o próprio Deus nos concedeu. Devemos estar constantemente vigilantes para não sermos apanhados de surpresa, pois a tentação é oportunista, surge inesperadamente, principalmente quando desejamos mudar a nossa vida, quando nos sentimos enfraquecidos na fé, ou perturbados na nossa vida, nos momentos de dúvidas e incertezas.
Deus ama-nos e nunca nos abandona!
Perguntas a refletir ao longo da semana:
1. O que é que necessito para permanecer firme na minha fé?
2. Quais são os caminhos que me mergulham nas perturbações e provações da vida?
UMA SANTA QUARESMA PARA TODOS!
P. Andrew Prince