No Texto Evangélico deste domingo, Jesus define a Sua missão como “lançar um fogo à terra”. O fogo que queima o pecado que escraviza o homem fazendo nascer para nós um mundo cheio de paz, amor, sinceridade e alegria para viver. O fogo é um símbolo do Amor de Deus, que purifica os homens de todas as suas impurezas. O amor, como fogo, nunca diz basta, tem a força das chamas e ateia-se no trato com Deus. Infunde em nós a força para resistir a tudo o que é contra a nossa fé.

O Antigo Testamento faz-nos entender que o fogo é um dos elementos da manifestação de Deus no meio do Seu povo. Por exemplo, a coluna de nuvem durante o dia e a coluna de fogo durante a noite que guiava e iluminava o povo de Israel no deserto (Êxodo 13:21,22). No entanto, o fogo tem este poder transformador e purificador. Este fogo arde, queima e opera dentro de nós. A sua presença faz desaparecer os vícios do homem e promove o nascimento de virtudes. No Novo Testamento, os discípulos reunidos no cenáculo receberam o fogo do Espírito Santo que infundiu neles a coragem para o anúncio e o amor ao Evangelho. Ao mesmo tempo, inflamou nos seus corações o dom da unidade e da paz. O Verbo feito Carne torna-se este fogo devorador que com a Sua Palavra ajuda o ser humano a caminhar para a santidade. É um fogo que prende e conduz ao abandono dos interesses pessoais e que se busca num mundo de irmãos.

A segunda afirmação de Jesus tem a ver com o batismo que ansiosamente Ele espera para receber. Jesus faz alusão à Sua Paixão e Morte redentora, a prova máxima do Seu amor, a qual levaria os crentes a uma correspondência de amor. A vida de Jesus foi uma entrega à humanidade através da cruz, da tortura, da dor e sofrimentos para chegar à Gloriosa Ressurreição.

Este fogo e o batismo têm consequências a notar. A Palavra de Deus provoca divisão, discórdia e desunião por parte das pessoas que fecham os seus corações à novidade evangélica e aqueles que procuram viver a sua própria vontade. Os conflitos entre famílias, de que fala o Evangelho, têm a sua raiz no acreditar ou não acreditar. A partir desta divisão estabelece-se o conflito, que é caracterizado principalmente pela diferença de valores, e exige de todos os que abraçam a fé, a consciência das suas consequências, entre elas a de ser odiado pelo mundo.

Como devemos preparar e acolher este fogo (amor) de Deus na nossa vida?

  • Estar atento à Palavra de Deus (escuta e contemplação);
  • Professar e viver a Fé;
  • Ser forte na oração diária;
  • Buscar a verdade nos relacionamentos.

Sejamos iluminados e transformados pelo amor de Deus que tudo vence!

O vosso amigo,
Pe. Andrew Prince