Com muita gratidão e esperança iniciamos mais um ciclo litúrgico da Igreja, o tempo do advento. O advento é tempo de espera, de esperança, de atitude, de vigilância, de alegria pela vinda do nosso Salvador. Celebramos assim, a manifestação do Senhor em dois aspetos: a celebração da Sua manifestação na nossa carne, quando Deus assumiu a condição humana, que constitui a Sua primeira vinda; e a Sua segunda vinda gloriosa quando, no fim dos tempos, vier «para julgar os vivos e os mortos» (Profissão de fé) e introduzir os justos na casa do Pai, onde nos precedeu a Virgem Santa Maria. Advento é o tempo propício de espera. Espera que deve estar unida à esperança, à doce esperança dos cristãos, contra toda a esperança humana.
Neste primeiro domingo, somos chamados a meditar a temática da vigilância. O Evangelho de Mateus mostra-nos razões concretas para esta atitude enquanto aguardamos a vinda do filho do homem. “Vigiai e estai preparados, porque não sabeis a que hora virá o Filho do homem” (Mt 24, 42-44). Portanto, devemos ser vigilantes, vivendo com prudência e desapego na expetativa da vinda do Senhor. Cada Cristão deve criar um espaço sereno na sua vida para a presença de Cristo. A vigilância cristã ajuda-nos a discernir em profundida-de os fatos para neles descobrirmos a “vinda” do Senhor. Estar vigilante é estar com olhos postos no Senhor. O Cristão é aquele que aguarda na esperança e vive o seu quotidiano testemunhando Jesus aos outros porque se sente peregrino neste mundo. A tarefa do discípulo é testemunhar sem desanimar, continuando a ação de Jesus.
Sem perder a paciente espera do Senhor, Jesus oferece-nos três situações concretas para esclarecer a necessidade de estarmos vigilantes.
O primeiro episódio refere-se ao tempo de Noé: o dilúvio. Os conterrâneos de Noé viviam despreocupados, mas o julgamento divino surpreendeu-os. No segundo exemplo, Jesus aponta as preocupações diárias do homem: a de sustento (a necessidade básica do homem) e, em último lugar, Jesus aconselha que o discípulo deve ser como o dono de uma casa, sempre vigilante para impedir a entrada de ladrões na sua residência. E como ele não sabe a hora exata em que o ladrão virá, deverá estar sempre em estado de alerta. O homem preocupado demais em viver e se satisfazer com o presente esquece, muitas vezes, a dimensão futura da vida. Somos convidados a escolher o essencial.
A vinda do Cristo é certa, mas o momento exato dessa vinda é incerto, por isso a atitude do cristão é a espera e a vigilância. Devemos assumir um compromisso de vigilância e de esperança diante de Deus.
Que este tempo de espera transforme e ilumine os nossos corações.
Pistas de Reflexão para partilhar em família
- O que é que me impede de estar vigilante?
- Como desejo viver este tempo do advento?
Bom advento para todos! Que possamos viver juntos esta experiência de amor em comunidade.
O Pároco,
Pe. Andrew Prince
