O Evangelho que meditamos neste domingo leva-nos ao encontro de Jesus e João Batista junto ao rio Jordão. Em primeiro lugar, o texto evangélico apresenta o diálogo entre Jesus e João Batista e depois temos a epifania, ou a manifestação de Jesus como Filho de Deus com a voz que nos lança o convite a escutá-Lo.
No Jordão, encontramos também a primeira manifestação da natureza trinitária de Deus: Jesus, indicado pelo Pai como Filho predileto, e o Espírito Santo que desce e permanece sobre Ele.
O sentido primordial do batismo (conversão dos pecados e a mudança da vida para acolher o Messias como fazia João Batista), coloca-nos diante de uma pergunta “Porque é que então Jesus foi batizado se Ele não tinha necessidade de arrependimento?
Jesus não precisou de ser batizado porque é Deus e não tem pecados. Através do Seu batismo, Jesus santificou o nosso batismo. O Catecismo da Igreja Católica (536) afirma que “da parte de Jesus, o Seu batismo é a aceitação e a inauguração da Sua missão de Servo sofredor. Deixa-se contar entre o número dos pecadores. É «o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo» (Jo 1, 29), e antecipa o «batismo» da Sua morte sangrenta. Vem, desde já, para «cumprir toda a justiça» (Mt 3,15). Quer dizer que Se submete inteiramente à vontade do Pai e aceita por amor o batismo da morte para a remissão dos nossos pecados. A esta aceitação responde a voz do Pai, que põe toda a sua complacência no Filho. O Espírito que Jesus possui em plenitude, desde a sua conceição, vem «repousar» sobre Ele (Jo 1, 32-33) e Jesus será a fonte do mesmo Espírito para toda a humanidade. No batismo de Cristo, «abriram-se os céus» (Mt 3, 16) que o pecado de Adão tinha fechado, e as águas são santificadas pela descida de Jesus e do Espírito, prelúdio da nova criação”.
No batismo, recebemos uma força celeste que penetra o nosso coração e uma luz que ilumina e transforma a nossa vida. O batismo faz-nos filhos adotivos de Deus e torna-nos participantes da natureza divina, membros de Cristo, e templo do Espírito Santo. Diante deste sacramento, assumimos compromissos e somos chamados a exercê-los plenamente na sociedade em que vivemos, de modo a que os outros possam colher os seus frutos.
Peçamos ao Senhor que nos ajude a viver quotidianamente a luz do nosso batismo.
Pista da Reflexão:
Como vivo a minha vocação de batizado(a) na minha comunidade?
Um bom domingo do Batismo do Senhor!
Pe. Andrew Prince