O Evangelho deste domingo apresenta-nos o cego de nascença que se encontrou com Jesus que lhe restituiu a visão. Certamente uma história que pede a cada cristão um olhar espiritual sobre a sua caminhada cristã. A luz verdadeira (Jesus) veio iluminar os olhos de todos os que andam nas trevas. Para encontrar esta luz há um percurso a fazer e é isso que o Evangelho de hoje nos convida a meditar. Será preciso acolher, escutar com obediência e disponibilizarmo-nos diante de Jesus e da Sua Palavra. O cego que não conhecia Jesus e começa por chamá-Lo de aquele homem, depois chama-O de profeta e em seguida descreve-O como homem que está próximo de Deus. Finalmente, faz uma profissão de fé: eu creio, Senhor.
Depois do seu encontro com Jesus, o cego foi enviado a lavar-se na piscina de Siloé, que significa “o enviado”. Jesus é O Enviado do Pai que realiza as obras, os sinais do Pai. Aquele que tem poder de nos tirar da escuridão para a luz verdadeira, da nossa cegueira espiritual para ir ao encontro de Deus. No entanto, precisamos de nos lavar em Jesus, mergulharmos Nele para podermos ver a luz. Também nascemos cegos devido ao pecado original, mas fomos purificados nas águas do batismo para uma vida nova e fomos iluminados por Cristo no batismo, como no-lo recorda São Paulo, a fim de nos podermos comportar como «filhos da luz» (Ef 5, 8), com humildade, paciência e misericórdia. Assim sendo, quem já mergulhou nas águas do batismo é chamado a viver a luz de sinceridade, da amabilidade e da reconciliação.
A cura do cego de nascença é um sinal maravilhoso de Deus que atua no meio do Seu povo, com a Sua luz e o Seu poder. No Senhor Jesus Cristo, todas as trevas serão iluminadas. Todo o cego verá. Mas não esqueçamos os vários obstáculos que se nos apresentam no caminho da vida como filho da luz: as nossas preguiças, timidez e desânimos, forças externas como comentários negativos dos nossos irmãos e amigos como representam os judeus e as autoridades religiosas no Evangelho. O importante é mantermo-nos firmes e fortes Naquele em quem acreditamos. O discípulo, ou iluminado, torna-se o homem da fé e testemunha fiel da luz para o mundo. Que Deus nos conceda a coragem para anunciarmos as Vossas maravilhas sem cessar, mesmo em tempo de crise com a pandemia de COVID-19 que atravessamos. Em todo o tempo e lugar bendizemos o Senhor.
Pistas de Reflexão
- À semelhança do cego de nascença, como nasceu a minha fé? (uma meditação espiritual sobre o meu percurso de fé)
- Como vivo com a minha fé neste momento da pandemia?
- Refletir sobre o versículo 5 do Evangelho deste domingo: “Enquanto estou no Mundo, Sou a Luz do Mundo” (João 9,5).
Não tenhamos medo. Vamos vencer esta guerra. Uma semana feliz para todos.
Pe. Andrew Prince