O Evangelho deste domingo convida-nos a meditar a parte final do discurso de Jesus sobre a escolha e o envio dos discípulos em missão, como relata o Evangelista São Mateus. Podemos refletir sobre este texto em dois momentos. Num primeiro momento, Jesus salienta as exigências, dificuldades e as condições para segui-Lo (Mt 10,37-39), para poder pertencer a esta nova família de Deus; num segundo momento, Ele fala da necessidade de acolher os missionários cristãos, sejam eles apóstolos ou profetas (Mt 10, 40-42). Aí surge a temática da urgência em acolher a mensagem evangélica anunciada pelas testemunhas.

Para se ser digno da missão é preciso ter e viver um amor autêntico semelhante ao do Pai. Isto é, um amor incondicional que procura cumprir a vontade de Deus. Nada é mais importante. O amor a Deus deve ocupar o primeiro lugar na nossa vida. Deus é amor. Ele ama-nos de um modo integral, enviando o Seu Filho para morrer no nosso lugar. Quem experimenta este amor de Deus toma consciência do sentido da sua vida e descobre que tudo o que faz e tudo o que vive só tem sentido em Deus. Tornar-se discípulo de Jesus é aceitar o convite para pertencer à família de Deus, para viver em conformidade com a Sua maneira de viver: «Todo aquele que fizer a vontade do meu Pai que está nos céus, é que é meu irmão e minha irmã e minha mãe» (Mt 12, 49). (CIC 2233).

É necessário compreender, porém, que Jesus não nos diz para deixarmos de amar os nossos familiares, amigos, nem mesmo a nossa vida. O que Ele ressalta é que este amor não deve ser superior ao amor que temos por Jesus para que não nos deixemos escravizar por nada, nem por ninguém. O cristão procura desapegar-se das coisas materiais e viver uma vida de abnegação total. Aceitar o Evangelho não pode estar em segundo plano em relação a nada. Devemos carregar a nossa cruz para segui-Lo. Precisamos de estar cientes de que, na nossa missão no mundo, enfrentaremos situações que não devemos evitar, tais como dificuldades, tentações, perseguições e situações extremas que podem até levar à perda da vida terrena.

Jesus apresenta o ensinamento sobre o acolhimento em dois sentidos: abraçar a Boa Nova e cuidar dos seus evangelizadores. Por isso, não é meramente uma hospitalidade material sem adesão a mensagem contida na Palavra. Por fim, Ele garante-nos que tudo o que fizermos pensando n’Ele e em agradá-Lo, definitivamente, não ficará sem recompensa.

Que a Virgem Maria, que iniciou este vínculo de amor com Jesus no Seu seio, interceda por nós.

Pista de Reflexão

  • Aceitamos ou não esta radicalidade de Jesus? Como podemos vivê-la?

Desejo-vos uma excelente semana cheia de paz e calma.

Juntos vamos vencer!
Pe. Andrew Prince