No Evangelho deste domingo, Jesus oferece-nos uma belíssima parábola sobre os trabalhadores da vinha. Essa parábola narra a história de um homem que contrata alguns trabalhadores para trabalhar na sua vinha. O interessante é que o proprietário contrata os trabalhadores em horários diversos ao longo do dia. No final do dia, uns tinham trabalhado mais do que outros. No entanto, todos foram recompensados da mesma maneira e os primeiros trabalhadores murmuravam contra o proprietário devido a esta situação. Uma parábola que contradiz a lei de trabalho porque segundo a nossa justiça, quem trabalhou mais horas merece maior retribuição. Mas será esta a mensagem que o Evangelista quer lançar? Certamente não.

Jesus conta esta parábola como resposta aos cristãos vindos do Judaísmo que se achavam a primeira classe cristã e por isso tinham acesso direto à salvação e um privilégio especial no reino de Deus. Também a dirigiu contra os fariseus para ensinar que a bondade de Deus ultrapassa os critérios humanos de retribuição. Com este pano de fundo entendemos que os Judeus são justamente os trabalhadores que foram contratados “de madrugada”, pois começaram a seguir o Deus verdadeiro ainda no começo da história. Todos nós somos chamados a participar na missão do Senhor a fim de que possamos iluminar o mundo com a nossa presença. Contudo, cada qual é chamado à sua hora mesmo com iguais objetivos. A parábola mostra-nos ainda que nunca é tarde para começar. O Senhor chama sempre, em todas as horas. Importa estar atento e corresponder ao apelo. A resposta final, por parte de Deus, superara sempre a nossa expectativa a salvação é obra de Deus, que chama todos os homens na situação em que se encontram e na hora em que se deixam encontrar. A salvação é sempre um dom da Sua bondade.

No seu comentário a este texto evangélico, o Papa Francisco detém-se no olhar e na inveja que dá origem à murmuração. E sobre o olhar afirma: “Jesus quer levar-nos a contemplar o olhar daquele senhor: o olhar com que vê cada um dos operários à espera de trabalho, chamando-os para a sua vinha. Trata-se de um olhar cheio de atenção e de benevolência; é um olhar que chama, que convida a erguer-se, porque deseja a vida para cada um de nós, quer uma vida plena, comprometida, resgatada do vazio e na inércia”.

Que o Senhor nos ajude a manter uma fé forte através de boas obras de caridade, compaixão, entrega, colaboração e disponiblidade na vinha do Senhor e afaste de nós toda a forma de inveja e de murmuração.

Pistas de Reflexão

  • Como acolho o convite de trabalhar na messe do Senhor sendo jovem ou adulto?
  • Qual é o melhor contributo que já dei à minha comunidade desde o dia do meu batismo?
  • Ser batizado de longa data não é garantia de salvação. Como vivo o meu batismo como Cristão no mundo?

Desejo-vos uma boa semana e aos alunos um bom início de ano letivo. Que Deus vos proteja e ilumine.
Pe. Andrew Prince