No nosso itinerário rumo à Páscoa, chegamos ao quarto domingo da Quaresma. Este domingo é denominado de domingo da alegria e esta designação é retirada da primeira palavra da antífona de entrada da missa: “Alegra-te Jerusalém! Reuni-vos, vós todos que a amais”. É a alegria que a conversão e a penitência oferecem à nossa vida e que nasce no coração, a partir do Evangelho, e se vive no seio da família. Assim, no caminho quaresmal, na metade do caminho para a solene celebração anual da Ressurreição do Senhor, a Igreja convida-nos a uma atitude interior de alegria pela aproximação da Santa Páscoa.

O Evangelho deste domingo apresenta-nos a parte conclusiva do diálogo entre Jesus e Nicodemos, em que foram estabelecidas as seguintes verdades:

1. A vida nova vem de Jesus.
2. Devemos nascer de novo e procurar viver a verdade.
3. O amor de Deus não conhece fronteiras.
4. Nas noites escuras da nossa vida, Deus fala sempre connosco e, por isso, devemos escutar a sua voz.
5. O Filho do Homem veio para resgatar o homem da prisão do pecado.
6. Deus nunca Se cansa de nós, apesar da nossa fragilidade.

Neste diálogo com Nicodemos, Jesus dá a conhecer o projeto de salvação de Deus para a Humanidade. Este projeto parte do coração de Deus Pai, por isso é uma iniciativa do Pai, tornada presente no mundo e na vida dos homens através do Filho e que se concretizará pela cruz. Para beneficiar deste projeto é preciso acolher a Luz (Jesus) e viver com ela. O acolhimento desta luz gera a felicidade, mas a sua recusa leva à condenação, a uma vida sem sentido. O Evangelista procura estabelecer uma analogia entre o episódio da construção da serpente de bronze colocada num poste, no Antigo Testamento (Num 21,4-9), que se tornou sinal de remédio e de alívio para o povo peregrino (quem fosse mordido e levantasse o olhar para aquela serpente era curado) e o acontecimento em que Jesus será levantado na cruz, na Sua paixão. Portanto, a cruz torna-se, para todos os que acreditarem, na fonte de salvação e de libertação. Isto define a missão do Filho de Deus em vir ao mundo, não para condenar, mas para salvar. Através da cruz, Deus revela a grande novidade para os Homens e é este o amor infinito e misericordioso de Deus. O imenso amor de Deus que não olha para a nossa iniquidade. No entanto, não podemos abandonar a Palavra de Deus, que é luz para os nossos caminhos. Abandoná-la significa esta perto das trevas e da morte.

Que saibamos acolher e acreditar no Mistério da Cruz como fonte de amor, de esperança e de salvação para todos os Homens. Diante do amor de Deus não existe uma condição neutra. Cada pessoa precisa de tomar uma decisão. É preciso amar sem cansar. É preciso levantar o Seu olhar para a Cruz e confiar no Verbo Encarnado do Pai.

Pistas de Reflexão

  • Qual é a minha resposta a este amor supremo de Deus?
  • Durante esta semana procure viver a sua resposta.

Desejo-vos uma excelente semana e um bom regresso às missas comunitárias.
Pe. Andrew Prince