Com muito amor e entrega entramos, neste domingo de Ramos, na semana autêntica ou a santa que nos conduz ao grande mistério da fé: o mistério pascal de Nosso Senhor Jesus Cristo. Celebramos neste domingo a entrada triunfal de Jesus em Jerusalém onde o Messias prometido vai livremente ao encontro da morte para nascer para nós a salvação e a vida plena. Deus que Se humilhou a Si mesmo para dar a vida aos homens. É a humilhação de Cristo que, sendo de condição divina, não reteve avidamente a sua igualdade para com Deus. Em vez disso, esvaziou-Se assumindo a condição de servo, tornando-Se semelhante aos Homens. Ele humilhou-Se, obedecendo até a morte e morte na cruz (Fl 2, 6-8). Jesus é o modelo de humildade.

Neste ano litúrgico meditamos o Evangelho da narração da Paixão segundo São Marcos em que O Evangelista nos mostra este caminho da humilhação de Cristo (Deus). O relato da Paixão, segundo Marcos, constitui uma esplêndida manifestação de Jesus como Filho de Deus por Sua obediência à vontade do Pai. Podemos extrair alguns pensamentos para a nossa meditação ao iniciarmos a Semana Santa.

Em primeiro lugar, destacamos o modo que Deus escolheu para salvar a Humanidade. Seguiu o caminho da humilhação, da obediência e da entrega. Isto é o caminho da cruz. Jesus buscou humildemente, na obediência de um discípulo, a vontade do Pai e aí encontrou força e consolo, encontrou a certeza da Sua vida. É a imagem do servo de Deus de que fala a primeira leitura de hoje. O caminho da humildade ajuda-nos a encontrar e a viver a verdade. O projeto de Deus para a Humanidade só é aceite através deste único caminho.

Em segundo lugar, aparece o gesto significativo de uma mulher. Ela vem com um vaso de alabastro com perfume de nardo puro de alto preço. Partiu o vaso e derramou-o sobre a cabeça de Jesus. A mulher “quebrou o vaso”, isto é, derramou todo o perfume, sem reservas, sem pena, com amoroso estrago. Para o Senhor, tudo; para o Salvador o melhor. O caminho do discípulo é uma entrega total ao projeto do Pai e devemos apostar tudo sem reservas. Viver somente para Deus em palavras e obras. Precisamos de partir ou quebrar os nossos vícios; a falta de solidariedade, do perdão e reconciliação que agarramos tanto para servir a Deus e ao próximo.

Além disso, Jesus ao longo da Sua paixão viveu num clima de oração e silêncio. Temos também a traição, o abandono, e a negação do Pedro. Todos abandonaram e fugiram. Diante da tristeza e os sofrimentos na vida, há sempre uma tendência em procurar respostas em outros sítios. Nestes momentos devemos gritar ao Pai para pedir a força como fez Jesus. Abandonamos Jesus sempre que não conseguimos testemunhar a nossa fé por causa de vergonha, do medo e de algumas situações angustiantes na vida. O cristão deve confiar plenamente em Deus para o seu consolo e alegria. Jesus ajuda-nos a compreender que a vigilância impede o Homem de se tornar inconsciente diante das situações.

Em suma, é digno de se salientar a profissão de fé feita pelo oficial romano que reconhece Jesus como Filho de Deus. Esta identidade de Jesus é um dos temas fundamentais no Evangelho de São Marcos.

Que Deus nos ajude a preparar melhor o nosso coração para este grande acontecimento da nossa fé. Que saibamos ser como Jesus, obedientes na nossa relação com Deus e aceitarmos os Seus projetos para a nossa salvação.

Pistas de Reflexão

  • O que é que melhorou a nível espiritual neste tempo da Quaresma na minha vida?
  • Será que estou disposto a quebrar os meus vícios ou atitudes para me dedicar inteiramente a Jesus? (Pensar na mulher referida no Evangelho).

Votos de uma excelente Semana Santa para todos.
Pe. Andrew Prince