Neste terceiro domingo do Tempo Pascal, a Liturgia da Palavra traz mais uma vez ao centro da nossa meditação o mistério de Cristo ressuscitado. Depois do grande encontro de Jesus com os discípulos de Emaús, os dois discípulos regressaram a Jerusalém para contar o sucedido e enquanto narravam o acontecimento, veio Jesus e apresentou-Se no meio deles e os apóstolos, incrédulos e aterrorizados, acreditaram ter visto um espírito (cf. Lc 24,). Nesta dúvida de acharem ter visto um fantasma, Jesus pediu-lhes peixe assado para comer diante deles. Este gesto de tocar e comer ensina-nos que o encontro dos discípulos com Jesus ressuscitado foi um facto real e palpável. Segundo São Gregório Magno, “o peixe assado no fogo não significa outra coisa senão a Paixão de Jesus, Mediador entre Deus e os Homens. Com efeito, Ele dignou-se esconder-se nas águas do género humano, aceitou ser apertado com o laço estreito da nossa morte e foi como que posto no fogo pelas dores que sofreu no momento da Paixão”.

O Evangelho convida-nos a compreender que Cristo Ressuscitado não é uma invenção ou imaginação para agradar os cristãos, mas é o mesmo Jesus que sofreu e morreu para salvar a Humanidade. A Sua presença é sentida no partir do pão (Eucaristia) e na partilha do pão (solidariedade).

As aparições de Jesus Ressuscitado afirmam que Jesus está vivo e continua presente na vida de toda a Humanidade. É preciso, à luz da fé, sentir a Sua presença e acreditar na Sua Palavra. Além disso, tem como objetivo abrir a mente e o coração dos discípulos para a compreensão das Escrituras e para acolherem os mistérios de Deus. Abrirá, para todos os que acreditarem, uma oportunidade de tocar, sentir, ouvir e estar atento à voz do Cristo e, finalmente, confirma a missão dos apóstolos no mundo como “testemunhas da ressurreição e dos desígnios de Deus para a toda a Humanidade. Os apóstolos serão testemunhas de toda esta verdade e doutrina.

Devemos renovar e viver o sentido da Páscoa no mundo: uma passagem do pecado para a vida da graça e da esperança, porque acreditar no Ressuscitado pede uma mudança radical em todos os aspetos na nossa vida.

Assim, a liturgia de hoje lança-nos alguns desafios para a nossa geração: 1. Deixarmo-nos ser encontrados pelo Ressuscitado, isto é, fazer a experiência com Ele e viver o Seu amor; 2. Desafia-nos a prestar mais atenção à Sagrada Escritura para encontrar nela a luz que possa dissipar as trevas da nossa vida. Que O Ressuscitado continue a iluminar a nossa inteligência para compreendermos melhor as Escrituras.

Pistas de Reflexão

  • Será que entendo a minha missão como testemunha da ressurreição?
  • Como viver o amor de Deus na sociedade?

A paz de Deus esteja convosco!
Pe. Andrew Prince, C.S.Sp