A identidade de Jesus sempre foi uma questão enigmática no povo com quem Ele viveu e nem mesmo todos os discípulos tiveram uma clara imagem do Mestre. Jesus foi visto como Aquele que Se apresenta como o Messias, mas que não respeita as leis judaicas fundamentais como a lei do sábado, o jejum, por ser amigo dos pecadores e por não observar as normas que proíbem contatos com pessoas impuras.

No Evangelho deste décimo domingo do tempo comum somos confrontados com duas questões principais: quem é Jesus? Qual é a Sua verdadeira família?

Podemos contemplar o Evangelho de hoje em três situações concretas: em primeiro lugar (Marcos 3, 20-21), Jesus está em casa, em Cafarnaum, com uma imensa multidão à Sua volta; Em segundo lugar (Marcos 3, 22-30), os escribas procuram saber quem é Jesus e porque é que Ele consegue realizar tantas maravilhas, afirmando que está possesso de Belzebu; e, em último lugar (Marcos 3,31-35), encontramos a família biológica de Jesus à procura Dele, sendo aqui que Jesus indica qual é o caminho, ou os requisitos, para integrar na Sua nova família.

As três situações mencionadas anteriormente conduzem-nos à mensagem central e a algumas temáticas que inspiram a fé do cristão. O poder de Deus sobre o mal. Mediante a resposta de Jesus aos escribas, somos elevados a confiar plenamente em Deus. Esta resposta é, também, uma exortação para reconhecer em Jesus o Deus “forte”, o Deus que, com o Seu poder, liberta o homem da escravidão do demónio. Terminou o reino de satanás. A vitória de Jesus sobre o poder das trevas, que culmina com a Sua Morte e Ressurreição, demonstra que a luz já se encontra no Mundo.

Além disso, o texto apresenta-nos a verdadeira família de Jesus. Quem pode fazer parte desta nova casa ou família? E o que há-de fazer? Estamos diante de duas famílias: a primeira segundo a carne e a outra segundo a fé. Na nova família de Jesus o importante é realizar a vontade do Pai. Isto é, a verdadeira família de Jesus é formada pelos que estão ao Seu redor e que realizam a vontade de Deus que consiste na obediência em aceitar o desafio de continuar a Sua obra no mundo. É deixar de pensar ou sonhar como “eu” e abraçar o sonho de Deus, mergulhar no amor do Pai e tornar-se testemunha da Palavra. Somos chamados a seguir o Seu exemplo de vida, os Seus gestos e as Suas palavras.

Que estejamos sempre disponíveis e abertos para colaborarmos na missão da Igreja. Peçamos a intercessão da Virgem Maria para que nos ajude a acolher a Palavra, assim como ela o fez.

Pistas de Reflexão

  • Como vivo a Palavra de Deus no meu quotidiano?
  • Que papel posso desempenhar na minha família para fazer crescer o amor à Palavra de Deus?

Uma excelente e abençoada semana para todos.
Pe. Andrew Prince, C.S.Sp