Jesus neste domingo lança-nos um apelo sério: NÃO MURMURES. Quantas vezes por não entendermos o que fazem ou dizem os que nos rodeiam, por não sabermos ouvir o que nos têm a dizer e porque tantas outras vezes fazemos juízos rápidos, caímos numa murmuração constante. Ombros para nos ajudar podem faltar, mas é raro haver ombros que não estejam disponíveis para alimentar o nosso queixume. Oxalá não seja assim connosco, muitos menos para falar de Deus.
Nesta passagem, em que continuamos a escutar o capítulo 6 do Evangelho segundo São João, os judeus não compreenderam o que Jesus dizia sobre o Pão da Vida e, por isso, murmuram contra Ele. É sem dúvida o caminho mais fácil, mas de longe o melhor, o que leva a algum lado. A perplexidade e o espanto perante o outro não nos podem roubar a sensatez da caridade e da verdade. Falar mal do outro e dizer que fez isto ou aquilo, mas que nem se sabe bem precisar se é totalmente verdade, é levantar falso testemunho e isso atenta contra Deus.
Não passou de moda o oitavo mandamento que Deus ofereceu ao seu Povo por meio de Moisés: Não levantar falsos testemunhos. Se queremos imitar a Cristo, caminhar para a vida eterna, ser alimentados pelo Pão do Céu, então jamais poderemos levar com leveza o murmúrio, a maledicência, o perjúrio, a difamação, a calúnia. Estas ações afastam-nos de Deus porque atentam contra o bem do irmão e fazem-nos faltar à caridade.
Se dúvidas ainda houvesse, São Paulo esclarece-as na leitura que escutamos na Missa deste Domingo:
«Sede bondosos e compassivos uns para com os outros e perdoai-vos mutuamente, como Deus também vos perdoou em Cristo. Sede imitadores de Deus, como filhos muito amados.» (Ef 4, 30 – 5, 2)
Deixar a murmuração é caminho certo para procurar a virtude. Mais, é oportunidade mais que certa para crescer na santidade, na caridade e na imitação de Cristo. Entre nós deve habitar a bondade, a paciência, a verdade, a caridade, a compaixão e o perdão. Sejamos construtores de uma humanidade tocada por Deus, sejamos discípulos de Cristo com inteireza de alma, sejamos santos!
Seminaristas Pedro e Afonso