O mundo de hoje está marcado por duas vertentes ou forças que derrubam famílias e estragam várias relações: o dinheiro e o poder. São duas realidades que podem ser boas ou más, dependendo da maneira como as utilizamos. Por isso requerem muita atenção e cuidado, pois são duas das maiores cobiças do Homem.

O Evangelho deste domingo XXV do Tempo Comum faz parte dos textos de São Marcos, denominados de “Secções do Caminho” (Marcos 9, 30-50). Neste bloco, Jesus fala aos Seus discípulos sobre a aproximação da Sua Morte e Ressurreição e ensina-lhes sobre quem será o maior no Reino de Deus. Ele advertiu sobre a consequência de levar outras pessoas a pecar e instruiu os Seus discípulos a afastarem-se das influências que podem levá-los ao pecado. Na primeira parte que meditamos neste domingo contempla-se o caminho de Jesus (Mc 9, 30-32) e a vida da comunidade dos que o seguem (Mc 9, 33-37).

Jesus ao caminhar com os Seus discípulos anuncia-lhes a Sua Paixão e Morte e dá-lhes uma lição de humildade e serviço. Os discípulos não compreenderam as Suas palavras e as consequências de O seguirem, pois ainda tinham a imagem da grandeza mundana, sendo esta a razão porque discutiam entre si sobre “qual deles era o maior”. É claro que o argumento deles era direcionado ao governo terreno, pois imaginavam que Cristo havia vindo estabelecer o Seu Reino. De acordo com o Evangelho, Jesus convida-nos a compreender a regra cristã fundamental, isto é, o serviço e a humildade. Estar com Jesus é servir, e servir é reinar. Como disse a Virgem Maria na Anunciação “eis aqui a serva do Senhor, faça-se em mim segundo a Tua Palavra”. Este deve ser o nosso hino e o estilo de vida. E quanto maior a autoridade, maior a responsabilidade no serviço ao outro. Os discípulos tiveram muita dificuldade para entender quem era Jesus, justamente porque se deixavam conduzir pela lógica dos ímpios, pois cada um queria ser maior do que os outros. Jesus apresenta o exemplo da criança como a imagem do crente. Na inocência, fragilidade, simplicidade e na escuta, colocamo-nos diante do Senhor para obtermos as graças necessárias e assim podermos servir os outros.

Frequentemente vemos em muitas sociedades, igrejas, famílias e em qualquer outro lugar a ambição pessoal a ser considerada mais importante do que qualquer outra coisa. Lá, vemos brigas internas, fofocas, indiferença, agressão, ameaças a vidas e propriedades, ódio e todos os tipos de vícios. Tudo isso à custa do bem comum e da convivência pacífica. Onde quer que existam, não pode haver progresso, prosperidade e paz. Madre Teresa disse: “a humildade é a mãe de todas as virtudes. É em ser humilde que o nosso amor se torna real, devoto e ardente. Se és humilde, nada vai te tocar, nem louvor, nem desgraça, porque sabes o que és. Se te culparem por algo, não ficarás desanimado. Se te chamarem de santo, não vai te irás colocar num pedestal”.

O maior é aquele que acolhe, ajuda e serve. Quem é humilde sente respeito pelos outros, não desvaloriza ninguém e nem se considera superior. E, acima de tudo, tem uma atitude de aprendizagem contínua.

Que a força de Deus nos encha e nos ajude a imitar o modelo da criança para a nossa santificação e, assim, aprofundarmos o relacionamento com os nossos irmãos.

Pistas de Reflexão

  • De que forma posso ser útil à minha Comunidade Paroquial?
  • A atitude de uma criança é confiar plenamente nos seus pais. Será que confio totalmente em Deus? Sinto-me seguro na minha fé cristã?

A todos, os meus votos de felicidades, alegria e paz.
Pe. Andrew Prince