Neste 27º domingo do Tempo Comum a Liturgia da Palavra convida-nos a refletir sobre o sentido do santo matrimónio e a vida familiar. Certamente são duas instituições fundadas sobre o mandamento do amor. O Ser Humano vive numa relação constante com os outros. Aqui encontra, de certa forma, a sua realização e a felicidade. Mas, hoje em dia, é uma realidade seriamente ameaçada de várias formas e devido a numerosos fatores. É importante notar que qualquer ameaça ao matrimónio e à família torna-se igualmente uma ameaça ao amor, à unidade e estabilidade mental da pessoa humana.

O Evangelho proposto para este dia começa com uma pergunta dirigida a Jesus: Pode um homem repudiar a sua mulher? A resposta de Jesus vem iluminar e renovar a nossa imagem sobre a santidade do matrimónio e da família como uma instituição. Tem a sua fonte em Deus e o próprio Deus que a estabeleceu. Por isso é uma união sagrada e tem um papel importantíssimo na sociedade: serve ao afeto entre casais e ao sustento da Humanidade por meio da procriação.

Existem inúmeros fatores que provocam divórcios na sociedade moderna: a falta de respeito entre casais, a incompreensão, o egoísmo, a falta do perdão, a falta do diálogo, etc. Em vez destes vícios podemos sobrepor com energias positivas que ajudam a crescer o matrimónio e a vida familiar. Precisamos de construir o matrimónio sobre o fundamento da honestidade, da veracidade, do amor mútuo, da fidelidade, da entrega e oração, para podermos resistir às grandes tempestades.

Além destas virtudes cristãs o Evangelho nos também adverte que para um matrimónio ser duradoiro e feliz, assim como uma vida familiar agradável e unida, é preciso tornarmo-nos crianças. Viver como criança é ter a capacidade de ouvir o outro. A marca do verdadeiro amor é a indissolubilidade, pois amar é decidir fazer o outro feliz sempre. Isto não tem limite de tempo. Um amor provisório não é amor. Amar é comprometer-se com a felicidade do outro para sempre: na saúde e na doença, na riqueza e na pobreza, amando-o e respeitando-o todos os dias da sua vida.

Deus é amor e vive em si mesmo um mistério de comunhão pessoal de amor. Criando-a à Sua imagem e conservando-a continuamente no Seu Ser, Deus inscreve na Humanidade do Homem e da Mulher a vocação e, assim, a capacidade e a responsabilidade do amor e da comunhão. O amor é, portanto, a fundamental e originária vocação do Ser Humano (familiaris Consórtio nn 21-22).

Que possamos viver a felicidade no santo matrimónio e na vida familiar, para testemunharmos o amor de Deus no mundo de hoje, tomando consciência dos problemas existentes e superá-los com a força e a graça de Deus.

Pistas de Reflexão

  • O que é que vê na sociedade moderna como uma das causas frequentes do divórcio?
  • O matrimónio é uma união para toda a vida. Como manter a indissolubilidade do matrimónio na sociedade moderna?

Votos de uma semana feliz.
Pe. Andrew Prince