O Evangelho que meditamos neste XXVIII Domingo do Tempo Comum é o do episódio do jovem rico que procura satisfazer a sua inquietação sobre o caminho para a vida eterna, ou seja, o que é que tem de fazer para a alcançar. Este texto de São Marcos (10,17-30) coloca diante de nós três momentos deste encontro do jovem com Jesus:

  1. O diálogo entre Jesus e o jovem;
  2. Ensinamentos de Jesus sobre os ricos e o Reino de Deus;
  3. Recompensa pelo desprendimento.

A conclusão do diálogo de Jesus com o jovem rico é amarga. A resposta do jovem ao convite divino foi negativa. Ele não queria arriscar nada, tinha medo de ser generoso e decidiu não se desfazer da sua riqueza. E uma tristeza invadiu todo o seu ser. No final do Evangelho encontra-se uma questão ou problema: na nossa caminhada neste mundo, o que é que nos pode impedir de seguir Jesus ou de abraçar a fé cristã? Mas o jovem prefere a “segurança” da riqueza e recusa o convite de Jesus. Jesus não condena a posse dos bens materiais, mas sim a nossa atitude para com eles. Este errado apego permite o pecado, ou seja, “confiar” naquilo que é apenas material como solução única da vida, voltando as costas à Divina Providência que é o único bem que gera a felicidade eterna. Ter dinheiro não é um mal, mas dar o seu coração ao dinheiro é uma tragédia e um pecado. Acumular riquezas, esquecer os outros não nos dá paz, não nos faz crescer como pessoa humana, mas destrói-nos e desumaniza-nos, tornando-nos indiferentes diante da desgraça ou da pobreza do nosso próximo.

O convite de Jesus é sempre exigente porque nos pede muita renúncia, disponibilidade, compromisso, entre tantos outros aspetos. Por conseguinte, muitas vezes não queremos abrir mão de nada. A imagem do jovem rico pode ser a imagem de cada de um nós que procura manter a segurança nos bens materiais e esquecer as causas do Reino de Deus. Devemos avaliar a nossa vida e o nosso compromisso à luz da solidariedade e da partilha. A verdadeira riqueza é a Sabedoria. É este dom do Espírito Santo que nos faz saborear as coisas de Deus e nos faz compreender que o Reino de Deus é o único bem que vale a pena buscar. A raiz profunda de seguir a Cristo é o amor. O discípulo de Jesus renuncia a todos os bens porque encontrou Nele o maior Bem.

Que a Santíssima Virgem Maria nos ajude a responder sim ao convite do Senhor para nos tornarmos discípulos do Seu Reino, na abnegação e na partilha.

Pistas de Reflexão

  • Quais são os obstáculos que me impedem de seguir Jesus?
  • Será que é fácil desprender-me de algo querido ao coração? Lembre-se do jovem rico referido neste Evangelho.

Os meus votos de muitas felicidades e de paz para todos.
Pe. Andrew Prince