A mentalidade do mundo atual vive sob a influência da avidez de poder, da dominação, da competição pelos lugares superiores. Contudo, é necessário entender que este problema é antigo e tem consequências negativas. Quando há alguém que quer prevalecer sobre as outras, ou que se considera mais importante do que as outras, o grupo desagrega-se e a relação da comunidade começa a afundar-se.

No Evangelho deste domingo (Marcos 10, 35-41) sobressai o tema do poder na perspetiva cristã. Jesus e os discípulos estão a caminho de Jerusalém para a celebração da Páscoa. Durante essa viagem, Jesus anunciou por três vezes o que O esperava em Jerusalém, e em todas as ocasiões os discípulos não conseguiram entender do que Ele estava a falar. Este texto segue imediatamente após o terceiro anúncio da Sua Paixão. João e Tiago sonham com poder e honrarias no novo Reino: «Concede-nos que, na Tua glória, nos sentemos um à tua direita e outro à Tua esquerda». Na Sua resposta, Jesus projeta um novo sentido da palavra poder, isto é, a autoridade é o serviço. Assim, para se ser discípulo é preciso seguir o exemplo Dele: servir e não ser servido. Para se acolher o dom de Jesus, é necessário estar-se disponível para atravessar pelo sofrimento por causa da Palavra. Devemos possuir amor e alegria para bebermos o cálice do Senhor pois, de facto, é uma condição indispensável para o seguimento de Cristo, porque o testemunho cristão levará à perseguição.

Os verdadeiros discípulos de Cristo são aqueles que, abandonando a rivalidade e a competição, procuram servir e viver o serviço como um dom e uma virtude. Um dom que é recebido e uma virtude a pôr em prática. O mundo de hoje precisa entender a autoridade e o poder como serviços do bem comum. Assim cresce a fraternidade e o entendimento entre irmãos, colegas, etc. A ambição é uma energia positiva, mas, na vida cristã, a nossa maior ambição é procurar viver em conformidade com o Evangelho.

Podemos concluir afirmando que O Evangelho deste domingo se refere ao sofrimento em comparação com os desejos de reconhecimento e honra que, muitas vezes, erradamente, alimentamos e promovemos nas nossas comunidades cristãs e na sociedade em geral. Missão é serviço e sacrifício vividos no amor pela salvação de todas as nações. Este amor vem com paciência e docilidade. Começa por nos transformar num grande instrumento de salvação. Cristo ensina-nos, hoje, que ser grande é estar pronto para servir e se sacrificar pelos outros. Que o Senhor nos ajude a sermos ambiciosos pelo Reino de Deus.

PISTAS DE REFLEXÃO

  • Como vejo a autoridade na minha comunidade paroquial?
  • Como desempenho o meu papel de responsável no meu grupo paroquial?

Uma semana abençoada para todos e até breve!
Pe. Andrew Prince