Na liturgia da Palavra deste terceiro domingo do Advento, conhecido como o domingo da Alegria, ressoa o convite à alegria: “solta brados de alegria, Israel” e “Alegrai-vos sempre no Senhor”. A chegada do Senhor está próxima e devemo-nos sentir preparados para que O Senhor nos encontre bem-dispostos e prontos para O acolher. No Evangelho do domingo passado, João Batista, o Percursor tinha anunciado a urgência de endireitar todos os caminhos tortuosos e afirmando que quem está à espera para a vinda do Senhor, deve mesmo preparar-se. Hoje propõe-nos onde e como nos devemos claramente preparar. Mediante a pergunta feita pela multidão, “E nós que devemos fazer?” João Batista ilumina-nos sobre o que deve consistir esta preparação. Ele aponta-nos o fato de que a conversão é uma mudança na prática da vida e a natureza concreta da conversão que se pede como preparação para a chegada do Reino de Deus.
Agora, surge para nós cristãos de hoje, o que é que devemos fazer enquanto esperamos a chegada do Messias? Temos também uma chave na resposta de João Batista dada à multidão, aos publicanos e aos soldados. De facto, é uma resposta que sobressai em toda a ação humana dirigida aos outros. A palavra-chave é “partilhar”. Partilhar não é dar as sobras da nossa vida. Entendemos que a conversão, isto é, o nosso regresso para a vida em Deus sempre passa pelos nossos gestos para com o próximo. Partilhar com outros dá a alegria e a alegria gera frutos de caridade porque desafia-nos a olhar para o outro. A escuta da Palavra não nos pode deixar indiferentes e o convite à alegria reclama movimentos concretos de conversão, pois um coração que em cada dia cresce na fidelidade ao Evangelho frutifica saboreando a alegria nova que brota do coração de Deus. Celebramos hoje o domingo da Alegria, pois a celebração d’Aquele que vem está próxima. Mas o encontro, para ser autêntico, exige compromisso. João Batista interpela-me com a necessidade da conversão. Esta passa por gestos e atitudes concretos. O que devo então fazer? Abrir espaço interior para os outros. Sobretudo para um Outro, que vem continuamente com a sua graça, para me iluminar a existência.
João Batista reconheceu na humildade que a sua presença era apenas para preparar o caminho para o povo acolher verdadeiramente Aquele que tem a plenitude da alegria, da esperança e da bênção.
Que Deus nos ajude a viver intensamente o caminho que leva à alegria. Para isso, temos que formular a seguinte pergunta: o que devemos fazer?
Pistas de Reflexão
- Como posso conquistar verdadeiramente a alegria cristã?
- Será que procuro viver plenamente a alegria cristã na minha família? A alegria consiste em partilhar com os outros?
- Será que a minha vida lança um convite à alegria cristã?
Votos de uma excelente semana para todos! Alegrai-vos no Senhor!
Pe. Andrew Prince