Depois de termos celebrado no domingo passado a Solenidade da Epifania do Senhor, eis-nos aqui para celebrar mais uma epifania, desta vez, a Festa do Batismo do Senhor. O Batismo marca o momento inaugural da vida pública de Jesus ou o início do Seu Ministério como O enviado do Pai.

O Evangelho começa por dizer que o povo estava na expectativa. O que esperava este povo e porquê? O povo esperava do Senhor um guia e um libertador. Deste modo, julga que o João Batista é o Messias. Também esperava uma libertação política e económica ou, dito de outro modo, uma vida mais bem proporcionada pela vinda do Messias que iria nascer.

Ao ouvir a pregação de João e a ação simbólica do Batismo, muitas pessoas se perguntaram se João poderia ser Cristo, o Salvador. João Batista deu a entender que não é o Messias ao proferir «Eu batizo-vos com água, mas vai chegar quem é mais forte do que eu, do qual não sou digno de desatar as correias das sandálias. Ele batizar-vos-á com o Espírito Santo e com o fogo». O Batismo de João Batista era um “batismo de arrependimento” (Lc 3,3), em preparação para a missão do Messias. Quem o recebesse devia reconhecer-se pecador diante de Deus e arrepender-se. O Batismo de João tem uma dinâmica penitente porque faz remodelar os corações de pedra para um coração de carne, como o barro nas mãos do oleiro e prepara-nos para acolher a vinda do Messias. O Batismo cristão faz-nos mergulhar na morte e na ressurreição de Cristo, dando a vida nova a quem o receber.

A celebração de hoje permite-nos refletir sobre a eficácia do Batismo de Cristo e também sobre o nosso próprio Batismo e convida-nos a renovar os nossos compromissos batismais. No Sacramento do Batismo somos incorporados na vida de Deus como filhos. O Batismo age como uma espécie de regeneração. Trata-se de um “nascer de novo” em que o homem morre para o pecado e nasce para a vida eterna. Diz o Catecismo da Igreja Católica, n.º 537: “Pelo Batismo, o cristão é sacramentalmente assimilado a Jesus que, no Seu Batismo, antecipa a Sua Morte e Ressurreição. Deve entrar neste mistério de humilde abatimento e de penitência, descer à água com Jesus, para de lá subir com Ele, renascer da água e do Espírito para se tornar, no Filho, filho-amado do Pai e ‘viver numa vida nova’ (Rm 6, 4). O sacramento do Batismo produz dois efeitos em quem o recebe: a purificação dos pecados e o novo nascimento no Espírito Santo”.

O Espírito Santo desceu sobre Jesus como pomba e, como afirma o Papa Francisco, no Batismo somos consagrados pelo Espírito Santo. A palavra “cristão” significa isto: consagrado como Jesus, no mesmo Espírito. Se quiserem que os vossos filhos se tornem cristãos autênticos, contribuam para que eles cresçam no calor do Amor de Deus, na Luz da Sua Palavra.

Assim, o Batismo convida-nos a viver com Jesus em união com Pai e santificado pelo Espírito Santo e este dom é vivido no seio da comunidade da fé. O nosso compromisso como filhos é então semear o Amor de Deus e testemunhar a Sua presença no mundo.

Que possamos expressar pelas nossas ações o compromisso pessoal com Deus que confirmamos no batismo ao qual nos submetemos.

Pista de Reflexão

  • Como vivo este compromisso pessoal assumido com Deus e o testemunho perante as pessoas?

Desejo-vos uma excelente semana e um bom início do Tempo Comum.
Pe. Andrew Prince