Ser feliz é uma das metas mais importantes na vida de todos nós. Proferimos os votos de felicidade em qualquer evento, casamentos, aniversários natalícios, etc. As nossas felicitações, por mais rotineiras que nos pareçam, expressam um desejo profundo. O Evangelho deste domingo apresenta-nos Jesus a descer do Monte e a pregar as Bem-Aventuranças para as multidões e, especialmente, para os discípulos. As Bem-Aventuranças são o verdadeiro caminho para a felicidade. A este respeito, o Papa Francisco explica que “são o retrato de Jesus, a Sua forma de vida e constituem o caminho da verdadeira felicidade que também nós podemos percorrer com a graça que Jesus nos concede” (Papa Francisco, Audiência de 6 de agosto de 2014).

No Evangelho Segundo São Lucas, são referidas quatro Bem-Aventuranças que são seguidas por quatro maldições ou condenações que acenam para uma mudança de realidade tanto para a vida presente quanto para uma vida futura. São Lucas, apresenta a pobreza, a fome, a aflição, a perseguição por causa da justiça como o caminho do cristão ou dos discípulos. O Reino dos Céus pertence àqueles que sofrem porque abraçaram o projeto de Deus. Por isso, serão saciados, consolados e acolhidos pelo próprio Deus. Eles são os verdadeiros destinatários da bênção divina. A recompensa será grande para todos os que sofrem por testemunharem a fé em Jesus Cristo. Vemos nas quatro Bem-Aventuranças a inversão da lógica mundana. Por exemplo, os pobres terão o Reino de Deus, enquanto no pensamento mundano, os pobres são colocados à margem da sociedade e são felizes aqueles que têm fortuna. Também as quatro maldições ou condenações falam da sorte daqueles que dizem não às Bem-Aventuranças, que não acreditam no Evangelho e sobretudo aqueles que não procuram uma vivência puramente cristã. Por isso é proferido “mas ai de vós, os ricos, porque já recebestes a vossa consolação”. São Lucas apresenta as Bem-Aventuranças como a nova lei, a vida moral do cristão e assim elas ensinam-nos que somos felizes por depositar a nossa confiança em Deus e a nossa esperança na pessoa de Jesus. O cristão tem toda a sua esperança posta em Deus e, porque conhece e aceita a sua fraqueza, não confia muito em si próprio.

Neste domingo, somos convidados a refletir sobre os dois caminhos possíveis na vida: o caminho da bênção que consiste em viver as Bem-Aventuranças ou o caminho da maldição que trata daqueles que renegam o Senhor e procuram a sua própria satisfação neste mundo. Para nos ajudar a fazer uma melhor escolha, o Profeta Jeremias, na primeira leitura, adverte-nos “bendito o homem que confia no Senhor, cuja esperança é o Senhor e maldito quem confia no homem e põe na carne toda a sua esperança afastando o seu coração do Senhor” (Jeremias 17,5). Segundo o Profeta, a nossa esperança e confiança devem ser depositadas no Senhor Deus e não em pessoas humanas. Isso não quer dizer que não devamos estabelecer relações de confiança com as pessoas, mas sim que não podemos prescindir de Deus na nossa vida. Felizes os que confiam no Senhor.

De facto, se queremos e desejamos ser felizes, devemos aproveitar todos os meios que a Palavra de Deus nos oferece e colocarmos a esperança em Deus, vivendo quotidianamente as Bem-Aventuranças.

Que Deus nos conceda o ânimo e o entusiasmo para seguirmos de coração inteiro o caminho da felicidade.

Pista de Reflexão

  • O que colocamos acima de Cristo na nossa vida? Que lugar ocupa Cristo na minha vida?

A todos, os meus votos de uma excelente semana repleta de alegria e muita saúde.
Pe. Andrew Prince