Celebramos a Solenidade da Ascensão de nosso Senhor Jesus Cristo, isto é, a subida de Jesus ao céu, onde está sentado à direita de Deus Pai Todo-Poderoso. Após as humilhações do Calvário, realiza-se o regresso ao Pai, já por Ele anunciada no dia da Páscoa: “Subo para meu Pai e vosso Pai, meu Deus e vosso Deus” (Jo 20,17). Neste dia da Ascensão, celebramos também o dia mundial dos meios de comunicação social. No ano passado, a mensagem papal incidia em dois verbos: “ir e ver”, para encontrar os outros na sua situação concreta e real; este ano, o Papa desafia-nos a “escutar”. Há tantos meios de comunicação e tão pouco jeito para escutar o outro. Temos que ter tempo, atenção e respeito em ouvir o outro.

O Evangelho de hoje é tirado dos trechos finais do Evangelho segundo São Lucas.

O mistério da Ascensão apresenta-nos dois aspetos principais: um facto histórico e um facto de salvação. O catecismo da Igreja ilumina a nossa inteligência sobre estes dois imprescindíveis aspetos. Como facto histórico, “assinala a entrada definitiva da humanidade de Jesus no domínio celeste de Deus, de onde voltará, mas que até lá esconde aos olhos dos homens” (Catecismo da Igreja Católica n.º 665); e como acontecimento de salvação, a entrada de Cristo ressuscitado no Céu manifesta o nosso destino definitivo: “Jesus Cristo, Cabeça da Igreja, precede-nos no Reino glorioso do Pai para que nós, membros do Seu Corpo, vivamos na esperança de estarmos um dia eternamente com Ele” (Catecismo da Igreja Católica, n.º 666).

O Evangelho de São Lucas ainda salienta o acontecimento de os discípulos voltarem para Jerusalém cheios de grande alegria depois de se despedirem de Jesus. Mas que tipo de alegria é esta se o Mestre que eles amavam já se afastou presencialmente? Não é para ser motivo de tristeza? “Precisamente porque, com o olhar da fé, eles compreendem que, não obstante tenha sido subtraído aos seus olhos, Jesus permanece para sempre com eles, não os abandona e, na glória do Pai, sustém-nos, orienta-os e intercede por eles” (Papa Francisco). A oração inicial da Eucaristia convida-nos à alegria, não tanto pela partida de Jesus, mas porque essa partida significa que a nossa vida se encontra na glória de Deus com Jesus Cristo. Ele precede-nos e para aí nos atrai. Somos convidados a viver esta alegria nos acontecimentos diários da vida e a tomar consciência de que Jesus está sempre no nosso barco. O mistério da Ascensão fez abrir os olhos aos discípulos sobre os grandes acontecimentos finais da vida de Jesus: paixão, morte e a ressurreição. Eles conseguiram acreditar ainda mais.

A Ascensão de Jesus dá início à missão da Igreja e de cada cristão. Depois de compreendermos o grande acontecimento, tornamo-nos testemunhas do mesmo. O mandato de Jesus é claro e vigente: “Vós sois testemunhas disso”. Os Apóstolos assumem a missão de anunciar o Evangelho em toda a parte. No livro dos Atos dos Apóstolos, Lucas mostra a urgência em não ficarem a olhar para o Céu como se de lá viessem não só as respostas, mas todas as soluções. Por isso, a nova presença do Ressuscitado na Sua Igreja faz com que os seus seguidores constituam a comunidade de vida e de salvação.

A Solenidade da Ascensão do Senhor convida-nos à esperança, ao entendimento, à comunhão e à missão. Por isso, este mistério revela-nos o motivo substancial para acreditarmos na vida eterna.

Que procuremos durante a nossa vida na terra ser verdadeiras testemunhas destes grandes acontecimentos da nossa fé, sempre cientes do auxílio do Espírito Santo. Que Deus nos ajude a tornarmo-nos adultos na fé para podermos frutificar na missão.

Vem Espírito Santo!

Pista de Reflexão

  • Que significado tem a solenidade da Ascensão para a minha vida pessoal?

Votos de uma excelente semana para todos.
Pe. Andrew Prince Fofie-Nimoh