A Palavra de Deus neste domingo lança-nos um forte apelo e uma chamada de atenção contra o pecado da ganância e a uma correta postura a ter diante dos bens deste mundo. Ela estimula-nos a refletir sobre como deve ser a nossa relação para com os bens materiais, ou seja, as coisas passageiras deste mundo.
Os bens são dons de Deus e são necessários para o sustento da Humanidade. Mas será que são as únicas coisas que dão felicidade à vida humana? Tal, não o podemos considerar como absoluto. Para isso, Jesus aconselha-nos no Evangelho a termos cuidado com todo o tipo de ganância, porque mesmo que alguém tenha muitos bens, a vida do homem não ganha segurança por aquilo que ele tem. A ganância manifesta-se no apego do coração ao dinheiro, no desejo ávido de possuir e adquirir sempre novos bens (a cobiça) e na incapacidade de dar e de se dar aos outros.
Para esclarecer o Seu ensinamento sobre a avareza ou a ganância, Jesus conta-nos a parábola do rico insensato (Lucas 12,13-21) em que fica estabelecido que as riquezas podem enganar-nos e conduzirem-nos a uma falsa autossuficiência. O protagonista do trecho é criticado não por causas da riqueza, mas pelo facto de colocar nela a sua segurança.
O Evangelho convida-nos a entender os dois males ou tendências associadas à acumulação de bens. Em primeiro lugar, as riquezas podem-nos tornar egoístas e pessoas fechadas em nós mesmos.
Enriquecemos sozinhos sem pensar nos outros. Procuramos agarrar tudo sem sentirmos a obrigação da partilha e da solidariedade. Em segundo lugar, existe a tentação de excluir Deus da nossa vida e de não termos tempo para as causas religiosas, como ir à missa, rezar em casa, etc. Por isso, Jesus disse: “vede bem, guardai-vos de toda a avareza; a vida de uma pessoa não depende da abundância dos seus bens” (vv. 15-16).
Peçamos ao Senhor que nos ajude a utilizar sabiamente os bens deste mundo mas sempre a pensar nos bens celestes, aqueles que dão a alegria à nossa alma.
PISTA DE REFLEXÃO
- Como vejo e vivo o sentido de solidariedade e da partilha na minha comunidade paroquial?
Desejo-vos umas boas férias. Procuremos sempre pensar no essencial.
Pe. Andrew Prince Fofie-Nimoh