O Evangelho deste domingo convida-nos a meditar sobre a Parábola do administrador infiel e desonesto. Um dos problemas que esta parábola traz aos seus leitores é o modelo do administrador esperto e infiel. É assim possível que o Evangelho proponha como modelo uma pessoa desonesta e infiel? Afinal qual é a recomendação que faz o Evangelho aos seus leitores, ou seja, qual é a mensagem que quer comunicar? Certamente a parábola não nos convida a imitar a desonestidade do administrador, mas a sua capacidade de decidir com prontidão, inteligência e largueza. Com lucidez, o administrador infiel percebe a gravidade e a urgência daquela hora e em vez de se lamentar de coisas passadas, tem a coragem de abraçar as dificuldades do presente como um desafio para assegurar o seu futuro, mas agora por um caminho novo.

O Reino de Deus chama os Homens a tomarem uma decisão e a nossa opção deve ser decidida com muita firmeza e sabedoria. Nesta parábola há uma chamada de atenção sobre o uso correto dos bens materiais. O Homem é um peregrino e deve reconhecer a sua condição. Somos apenas administradores dos bens de Deus e não os donos. Os cristãos são chamados a investir com sabedoria nos bens materiais para adquirirem um tesouro nos céus. Por isso, temos que optar. Ninguém pode servir a dois senhores. O dinheiro, em si, não é desonesto, mas pode fechar o homem a um egoísmo cego. Em vez de usá-lo em benefício próprio, é preciso pensar também nas necessidades dos outros, imitando o próprio Cristo, como nos diz São Paulo que “sendo rico se fez pobre por nós, a fim de nos enriquecer pela pobreza” (2 Cor 8,9). O dinheiro sempre foi e é um ídolo perigoso. É inerente aos interesses e preocupações do Homem. Quantas pessoas caíram nas suas redes e foram escravizadas por ele? Corrupção, desconfiança familiar e social, rompimentos de amizades, muitas vezes são causados pelo domínio do dinheiro sobre as pessoas. Diante desse ídolo, Jesus estabelece uma oposição radical ao servo de Deus.

Somos convidados a imitar a esperteza dos filhos deste mundo para ajudar a Humanidade a chegar ao conhecimento do Reino de Deus, que é paz, amor, entrega e alegria. A fidelidade deve ser uma marca do cristão.

Peçamos ao Senhor que nos conceda a sabedoria para decidir os assuntos da nossa vida da melhor forma e colocar sempre a nossa prioridade no Reino de Deus. Que a pergunta do administrador fiel “Que devo fazer?” nos ajude a pensar no que é essencial para a nossa salvação.

Pista de Reflexão

  • Onde emprego a minha inteligência? Nas coisas do mundo ou na construção do bem celeste?

Uma excelente semana para todos.
Pe. Andrew Prince Fofie-Nimoh