Existem fundamentalmente três frequentes perguntas para as quais a Humanidade procura desde sempre encontrar respostas, embora a fé cristã já tenha oferecido várias reflexões a este respeito:

  • De onde veio o Homem?
  • Com que propósito o Homem vive na Terra?
  • Para onde irá o Homem depois da morte?

Alguns acreditam que o Homem veio do nada e nada restará após a sua morte. Outros pensam que a questão se centra em como aproveitar a vida na Terra, não dando importância ao saber se existe ou não vida após a morte.

Neste domingo XXXII, o Evangelho convida-nos a refletir sobre o mistério da ressurreição e a vida eterna. É um tema de grande importância para o mundo cristão e infunde em nós a esperança de viver uma vida direcionada para Deus. Para isso, temos a necessidade de afirmar a nossa fé na vida eterna e de nos reconhecermos como peregrinos neste mundo. A ressurreição dos mortos é uma das verdades fundamentais da nossa fé, que proclamamos solenemente cada vez que rezamos o Credo: “espero a ressurreição dos mortos e a vida eterna”. A ressurreição de Jesus é o elemento fundamental da nossa fé. A fé cristã não é apenas baseada no nascimento de Jesus, ela enfatiza os ensinamentos de Jesus, a vida d’Ele e a morte d’Ele, mas o núcleo da fé cristã, o sentido da fé cristã, é a ressurreição de Jesus. Ele garante-nos que a ressurreição é a realidade que nos espera.

O Evangelho (Lc 20, 27-38) refere que se aproximaram de Jesus alguns saduceus que negavam a ressurreição e queriam colocá-Lo perante uma armadilha. Os saduceus acreditavam exclusivamente na fidelidade ao Pentateuco e não admitiam a ressurreição, nem acreditavam na existência dos anjos. Segundo a lei do levirato (Dt 25, 5-10), o cunhado devia casar-se com a viúva para dar um filho ao irmão falecido, para que o seu nome não morresse. Eram sete irmãos, todos se casaram com ela e morreram sem deixar filho. Por fim, morreu também a mulher. De quem ela vai ser esposa no céu?

A resposta de Jesus perante esta pergunta caprichosa ilumina-nos sobre este mistério fundamental da nossa fé na ressurreição e ensina-nos como devemos viver como cristãos. A ressurreição não é a continuação da vida terrena. O catecismo da Igreja Católica (n.º 997) afirma claramente: O que é ressuscitar? Na morte, separação da alma e do corpo, o corpo do homem cai na corrupção, enquanto a sua alma vai ao encontro de Deus, embora ficando à espera de se reunir ao seu corpo glorificado. Deus, na sua omnipotência, restituirá definitivamente a vida incorruptível aos nossos corpos, unindo-os às nossas almas pela virtude da ressurreição de Jesus.

Além disso, o Evangelho afirma que Deus é Deus dos vivos e não dos mortos, pois para Ele todos vivem. Todos vão ressuscitar, não morrerão mais, serão como anjos. A vida não termina com a morte. A morte é apenas uma passagem e o Ser Humano é um peregrino neste mundo. Temos de reconhecer sempre a nossa finitude. Diante da pergunta, Jesus não Se perturba, e mostra como a vida da ressurreição não se pode conceber como mera cópia desta vida terrena. Na vida eterna, as coisas estão fora e acima do nosso modo de pensar terreno. Jesus ensina que na vida eterna viveremos abertos a todos e a Deus plenamente. Crer na ressurreição é crer na comunhão perfeita com o Pai, é acreditar na vida em plenitude.

Quais são as implicações práticas para quem acredita na ressurreição dos mortos?

  • Vivemos neste mundo com os olhos postos na eternidade. Devemos viver os ensinamentos do Evangelho: amor ao próximo, etc.
  • Viver uma vida marcada pela esperança e a coragem para enfrentar a verdade.
  • Acreditar que as coisas deste mundo são passageiras e que não nos podem salvar. Temos de colocar a nossa confiança apenas em Deus.

Que Deus nos ajude a sermos sinceros no nosso relacionamento com o próximo e a viver a nossa identidade como peregrinos neste mundo.

Pistas de Reflexão

  • Será que acredito que a minha vida só tem sentido na medida em que acredito em Deus? Como vivo esta fé no meu quotidiano?
  • Quais são as minhas maiores preocupações neste mundo no que diz respeito à fé?

Votos de uma excelente semana.
Pe. Andrew Prince Fofie-Nimoh