Hoje iniciamos mais um ciclo litúrgico, o Tempo do Advento. Um tempo de espera e de grande expectativa, em que no seu centro está Jesus Cristo. Advento é esperança que nos ensina que Deus está no meio de nós. Neste ano A, caminharemos com o Evangelista São Mateus. Celebraremos nas primeiras semanas a espiritualidade da espera, da segunda vinda e, nas semanas mais próximas do Natal, a preparação para as solenidades da Sua primeira vinda, do Seu nascimento. A liturgia do Advento impulsiona-nos a reviver alguns dos valores cristãos essenciais, como a alegria expectante e vigilante, a esperança, a pobreza, a conversão. A celebração do Advento ajuda-nos a renovar a esperança cristã de que o Senhor que veio uma primeira vez na carne humana virá um dia, novamente na Sua glória.

O Evangelho deste I domingo do Advento desafia-nos com o tema “é necessário estar vigilantes”. A nossa vigilância deve acontecer em todos os tempos e lugares, já que nós não sabemos o dia nem a hora da nossa segunda vinda do Senhor. Esta temática parte de duas perguntas dirigidas a Jesus sobre o fim da história humana: Quando sucederá tudo isto? Que sinais nos dá de que está para acontecer? (Mateus 24, 3-4). Hoje, no Evangelho, Jesus responde a estas inquietações com três situações concretas e ensina-nos porque a vigilância é uma condição indispensável na vida do cristão:

  • O 1.º episódio é o caso do dilúvio no tempo de Noé.
  • O segundo refere-se à vida quotidiana dos homens no que diz respeito às suas ocupações.
  • O último fala da visita inesperada do ladrão.

Além do tema da espera vigilante, O Evangelho deste domingo lança-nos também uma meditação sobre a sabedoria enquanto esperamos a vinda de Nosso Senhor Jesus Cristo. É preciso ler os sinais do tempo à luz da fé e temos de discernir bem as coisas que realizamos, para assim tirarmos o melhor proveito para a edificação espiritual da nossa vida. Não podemos perder nenhuma ocasião para convertermos o nosso coração e sermos imagens de Deus no Mundo. Este texto do Evangelho questiona o nosso comodismo, as nossas atitudes e mentalidades na busca do prazer e interesses pessoais, sobre a vontade de Deus e do Seu projeto de salvação. Foi isto o que aconteceu com Noé.

A vigilância leva-nos a viver uma vida de entrega para Deus, conscientes das nossas responsabilidades. É viver uma vida repleta de esperança, de paz, de confiança em Deus e praticando as obras da misericórdia. Enquanto esperamos a vinda do Senhor, cabe-nos permanecermos fiéis no serviço ou na missão confiada.

O Advento desafia-nos à mudança de vida e a mantermos os olhos fixos na direção d’Ele, que nos chamou à fé e à vivência do amor fraterno. É verdade que é necessário estarmos vigilantes enquanto esperamos a vinda do Senhor, mas esta espera não pode ser feita sem oração. Por isso, podemos dizer que a melhor forma de vigiar e de estar alerta é a oração e a vivência quotidiana dos Sacramentos da Igreja.

Que a Palavra de Deus deste domingo desperte os nossos corações para uma sincera preparação para a celebração do Natal do Senhor.

Pistas de Reflexão

  • Que propósito faço neste tempo de Advento? O que é que quero mudar na minha vida?
  • Como posso viver a prontidão de discípulo de Cristo no Mundo?

Votos de um bom início do Advento para todos!
Pe. Andrew Prince Fofie-Nimoh