O tema da Vocação destaca-se nas leituras deste II domingo do Tempo Comum. A vocação desempenha uma função fundamental na vida da Igreja. O anúncio e a expansão da Igreja dependem, para além da graça divina, da ação dos homens e mulheres disponíveis para testemunhar a Boa Nova. Por isso, ao longo da história bíblica, Deus chamou muitas pessoas para entrarem neste campo e serem no mundo instrumentos da mensagem divina. Por exemplo, Abraão, Moisés, profetas, etc. O discernimento torna-se indispensável em qualquer itinerário da vocação. Isto é, saber escutar, procurar e desempenhar o que Deus pede de mim. Ninguém é insignificante e basta abrir o coração e Deus lhe tocará. Hoje somos convidados a meditar sobre o testemunho de João Batista sobre Jesus, O Cordeiro imolado. João Batista exerceu a sua vocação até à chegada do Messias e foi ele quem preparou o coração do povo para este encontro com a Luz (Jesus).

O texto do Evangelho deste domingo apresenta-nos um encontro entre Jesus e João Batista. João Batista era o homem enviado por Deus para dar testemunho da luz que é Cristo e João, vendo Jesus vir ao seu encontro, apontou-O como Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo.

Qual é o significado deste título, “o Cordeiro de Deus”? Para melhor entender a frase, é necessário viajar um pouco até ao Antigo Testamento onde a palavra “Cordeiro” já era utilizada. Esta imagem pode representar duas realidades: Por um lado, evoca a imagem do “servo sofredor”, o cordeiro levado para o matadouro, que assume os pecados do seu povo e realiza a expiação (cf. Is 52,13-53,12); por outro lado, evoca a imagem do cordeiro pascal, símbolo da ação de Deus em favor de Israel (cf. Ex 12,1-28).

O Cordeiro de Deus tem a função de tirar o pecado do Mundo, da Humanidade. É aquele que dá a Sua vida em resgate de muitos. Assim sendo, João Batista apresenta Jesus como O verdadeiro Cordeiro que vem para substituir o Cordeiro Pascal do Antigo Testamento. O Seu projeto e a Sua missão será libertar a Humanidade de toda a opressão e escravidão do pecado. Jesus retirou o fardo e a penalidade do pecado de toda a humanidade.

Além disso, a ação de João Batista mostra quão fiel ele foi no seu ofício de precursor do Messias. Sabia que não lhe pertencia a influência, a honra e a glória. Tendo reconhecido em Jesus seu Senhor e o Libertador prometido, ele apontou os seus discípulos para Ele, contente pelo seu trabalho preparatório estar a chegar ao fim, que a sua influência deveria diminuir enquanto a de Jesus aumentava, que, como o arauto da alvorada, ele deveria desaparecer da vista ao nascer do Sol da justiça. João Batista torna-se aquele que aceitou a sua vocação na humildade e na simplicidade e a cumpriu até ao fim.

O Evangelho convida-nos a reconhecer em Jesus, o único mediador da Nova Aliança (o Cordeiro de Deus) e a sermos no mundo as suas testemunhas. Peçamos ao Senhor que nos conceda o zelo e a alegria de darmos testemunho da nossa fé neste Mundo.

Pistas de Reflexão

  • De que forma dou testemunho sobre Cristo como o Cordeiro de Deus?
  • Qual é a frequência com que recebo o Sacramento da Reconciliação?
  • Será que vejo a minha vida como dedo indicador que aponta para Cristo?

Desejo-vos uma excelente semana

Pe. Andrew Prince Fofie-Nimoh