A relação humana é imensamente bela. Mas, enquanto gozamos esta beleza e a importância da mesma, também temos que estar cientes dos seus desafios e defeitos pois cada relação é composta por seres humanos imperfeitos. Por isso, são inevitáveis os conflitos, as brigas, etc. e é preciso um bom espírito de entendimento através do diálogo e perdão mútuo.

No Evangelho, continuamos a meditar sobre o Sermão da Montanha onde Jesus, através da apresentação de “uma nova lei”, ensina-nos aquilo que deve guiar a vida dos discípulos para que o Evangelho seja inserido na vida da humanidade, para que a paz e a concórdia possam reinar em cada canto da terra. Concretamente, o Evangelho de hoje toca em dois temas fundamentais: Como acabar com a violência e em que consiste da justiça do Reino de Deus.

O primeiro tema diz respeito à chamada “lei da Talião” – olho por olho e dente por dente. A novidade trazida por Jesus desafia os discípulos a serem capazes de interromper o pensamento da vingança, invertendo a lógica da violência, da mágoa e do ódio. Devem procurar quebrar, assim, os elos da violência para assim unirem todos os povos. Todavia, isto somente se realizará se os discípulos assumirem uma atitude pacífica que responda à agressão não com a violência equivalente, mas com o amor fraterno. Para acabar com a violência nunca podemos pagar com a mesma forma. A violência, a todos os níveis e de todo o tipo.

O segundo tema reforça que para vencer a violência e se construirem pontes de amizade, Jesus ensina-nos a amar o próximo como a nós mesmos, até a amar os nossos inimigos. Assim, a lei do amor passa a um extremo para significar o amor sem fronteiras. O amor não faz aceção de pessoas e não é invejoso, mas paciente. Quem pertence a Cristo vive o amor como Cristo viveu até o derramamento do seu sangue. O ponto mais alto da ética cristã, é a exigência do amor gratuito e incondicional que não espera nada em troca e que, como o amor de Deus, chega até mesmo a quem faz o mal. A nossa meta é imitar a Deus, por isso, afirma o Evangelho, “sede perfeitos como é perfeito o vosso Pai que está nos céus” (v.48). A santidade é uma relação de amor e é o nosso chamamento enquanto cristãos. Deus chama-nos a sermos santos em palavras e obras. Por fim, somos convidados a cultivar uma intimidade com Deus através da oração, especialmente rezar por aqueles que nos perseguem.

O caminho de uma revolução verdadeiramente cristã consiste na lei de amor que supera a lei de Talião e todos os cristãos são convidados a embarcar na realização interior e exterior desta nova revolução.
Deus concede-nos uma mentalidade positiva e amiga para acolher e perdoar os irmãos que nos ofendem. Que a paz e a amizade reinem nas nossas relações.

PISTA DE REFLEXÃO

  • Como vivo esta “nova lei” de Cristo na minha vida?

A todos, desejo uma excelente semana e um bom início o tempo santo da Quaresma.
Pe. Andrew Prince Fofie-Nimoh