Ser cristão é andar na obediência e na fidelidade ao projeto de Deus. Mas existem também momentos e situações que nos apanham para cairmos na lama do pecado, longe da graça e da santidade. As tentações são situações inevitáveis na vida do crente, ou seja, a tentação é uma realidade com a qual todo o crente, em algum momento, se irá deparar. Mas como lidar com elas ou superá-las? É um fato inegável, que não existe ninguém que seja imune à tentação, pois, até mesmo Jesus, o Filho amado do Pai, foi tentado. A resposta à tentação não é, portanto, negá-la, mas enfrentá-la à luz da Palavra de Deus.
Neste primeiro domingo da Quaresma, é-nos apresentada a narração das tentações de Jesus depois de ter sido batizado com o Espírito Santo e declarado explicitamente por Deus como o Seu filho muito amado. Os três Evangelho sinóticos (Mateus, Marcos e Lucas) descrevem as tentações de Jesus, mas apenas Mateus e Lucas fazem uma descrição detalhada dos acontecimentos. As Escrituras são claras em relação às tentações que fizeram parte do plano divino para que Ele fosse tentado pelo inimigo. “Então Jesus foi conduzido pelo Espírito ao deserto, para ser tentado pelo Diabo” (Mt. 4.1).
No Evangelho de hoje, notamos três momentos ou tentações que correspondem a algumas realidades atuais do mundo ou a caminhos que o mundo sempre propõe: a tentação de ser saciado (abundância), a tentação de ser celebrado (prestígio) e a tentação do poder. A palavra “tentar”, tem o significado de “testar o que de bom e de mau, de fraqueza e de força” existe no ser humano. O objetivo primordial do tentador é desviar a atenção do crente ao seu criador e torná-lo num ser desobediente. A tentação é o meio pelo qual o inimigo tenta persuadir o Ser Humano a pecar contra Deus. Ser tentado não constitui pecado, mas cair na tentação sim. O tentador apresentou a Jesus três caminhos de facilidade. O que todos nós buscamos na vida são caminhos mais fáceis, os quais nos conduzem à estrada do prazer e da vida mais cómoda. Isso, muitas vezes, acaba por ser a grande tentação que nos desvia da rota, a tentação do prazer, da glória humana, do poder e da idolatria (a nós próprios, aos outros ou às coisas).
O que ajuda o cristão a vencer as tentações da vida, a exemplo de Jesus, são a vida forte da oração, a fé em Deus e um mergulho na Sua Palavra. De facto, a Palavra de Deus ensina-nos o caminho certo a seguir para a nossa felicidade. Nesta Quaresma, o Papa Francisco através da sua mensagem convida-nos a escutar Jesus, porque é o Filho muito amado do Pai.
Por fim, as tentações de Jesus afirmam que elas fazem parte da vida humana pois é através delas que o cristão tem a possibilidade de crescer espiritualmente. A pergunta se é possível resistir às tentações ensina-nos que, para podermos resistir às tentações, necessitamos de uma força divina que nasce da Palavra de Deus.
Que Deus nos ajude a sonhar sempre com o bem e a esforçarmo-nos em realizá-lo diariamente na nossa vida.
PISTAS DE REFLEXÃO
- Como vencer a tentação da ganância e do poder na minha vida?
- O que é que Jesus me ensina hoje para responder às tentações?
Votos de uma santa e frutuosa Quaresma.
Pe. Andrew Prince Fofie-Nimoh