Estamos no último domingo antes da Semana Santa. Depois de termos meditado sobre os episódios da mulher samaritana e do cego de nascença, que nos iluminaram sobre a figura de Jesus com respeito à Sua missão como água-viva e luz do mundo, o Evangelho de hoje revela-nos Jesus como Senhor da vida e da morte, através da ressurreição de Lázaro. Este milagre é o penúltimo de sete sinais realizados por Jesus no quarto Evangelho. O tema central desta narração, evidentemente, é a Vida que Jesus restituiu ao Seu amigo Lázaro. A Liturgia de hoje tem como objetivo imediato preparar-nos para vivermos o Mistério Pascal de Cristo. Jesus aparece no Evangelho como Aquele que tem poder sobre a morte. Ele é verdadeiramente a ressurreição e a vida e demonstra isso nas Suas Palavras e gestos.

O Evangelista aponta-nos vários elementos de grande interesse e importância: a amizade entre Jesus e a família de Betânia (Maria, Marta e Lázaro), o choro de Jesus diante do túmulo, as ordens dadas por Jesus para o retirarem do túmulo. Gostaria de salientar e refletir convosco sobre a penúltima ordem dada por Jesus: «VEM PARA FORA». Seguramente não poderemos vivenciar a Fonte da Vida se permanecemos no túmulo. É preciso sair para nos podermos encontrar com Cristo. Os túmulos fechados na nossa vida podem significar a nossa falta de esperança, o nosso egoísmo, as nossas tristezas, a falta de fé para nos encontrarmos com os nossos irmãos, sermos solidários e abrirmos o coração ao espírito do Evangelho.

Uma outra dimensão presente neste Evangelho são as pessoas que Jesus utiliza para retirarem a pedra do túmulo e as ligaduras que envolviam Lázaro. Jesus aproveitou os instrumentos humanos. Isto mostra-nos claramente o dever cristão que temos para ajudar os nossos irmãos a saírem dos seus túmulos (pecados) onde estão instalados para abraçarem a vida da graça. O papel da Igreja e da comunidade cristã é fundamental neste processo. A Igreja oferece o Sacramento da Reconciliação como meio espiritual e adequado para voltar a gozar a vida nova em Cristo. Os irmãos da comunidade têm a responsabilidade de darem um belo testemunho da sua fé e de conduzirem outros irmãos ao encontro de Cristo através das suas palavras e gestos. Além disso, o Episódio da Ressurreição de Lázaro é uma indicação explícita que, diante dos nossos problemas, sofrimentos, cansaços e perturbações da vida, Jesus solidariza-se connosco e procur aliviar-nos. Mas, primeiramente, necessitamos de estar em comunhão com Ele e de ouvir a Sua voz e as Suas indicações. Também nos ajuda a construir a nossa esperança em Deus, uma esperança que não se abala: Eu sou a ressurreição e a vida, diz o Senhor.

Que Deus nos conceda a coragem para podermos sair dos nossos pecados e para escutarmos sempre a voz de Cristo, que é a ressurreição e a vida. Contudo, não podemos esquecer que sem a oração nada feito. Temos de cultivar o modo de falar com Deus. De que esperas para vir para fora? Jesus fica à tua espera.

PISTAS DE REFLEXÃO

  • Em que túmulo (afastamento / pecado) me encontro na vida?
  • O Sacramento da Reconciliação oferece-nos uma cura e libertação dos nossos males. Quando foi a última vez que confessei os meus pecados?

Desejo-vos uma excelente semana.
Pe. Andrew Prince Fofie-Nimoh

You have Successfully Subscribed!