COMOÇÃO, TERNURA, CONFIANÇA, INTIMIDADE, UNIÃO

“O Evangelho da Solenidade do deste Dia Grande de Pentecostes (Jo20. 19-23) mostra-nos os discípulos de jesus fechados num certo lugar, por medo dos judeus. O Ressuscitado, vida nova e modo novo de estar presente, que nada nem ninguém pode reter ou impedir, nem as portas fechadas daquele lugar fechado, vem e fica de pé no MEIO deles, o lugar da Presidência, e saúda-os: “ A paz convosco!”. Mostra-lhes as mãos e o lado, sinais que identificam o Ressuscitado com o Crucificado e vincula os seus discípulos à sua missão: “Como o Pai me enviou, também Eu vos mando ir. O envio d’Ele está no tempo perfeito (é para sempre): a sua missão começou e continua. Não terminou nem termina. Ele continua em missão. A nossa missão está no presente. O presente da nossa missão aparece, portanto, vinculado e agrafado à missão de Jesus, e não faz sem ele e sem Ele. Nós implicados e imbricados n’Ele e na missão d’Ele, sabendo nós que Ele está connosco todos os dias (cf. Mt 28, 20). “Como o Pai me enviou, também Eu vos mando ir”. Este como define o estilo da nossa missão de acordo com o estilo e a missão de Jesus. É-nos dito ainda que os discípulos ficaram cheios de alegria (o medo foi dissipado) ao verem o Senhor. Tal como o Outro Discípulo, também eles veem com um olhar histórico a identidade do Senhor. O sopro de Jesus sobre eles é o sopro criador, com o Espírito, para a missão frágil-forte do Perdão, Jubileu Divino do Espírito. Este sopro, este alento, só aparece neste lugar em todo o Novo Testamento! Mas não é difícil construir uma bela ponte para o sopro ou elento criador de Deus no rosto do homem.”

D. António Couto