Foi com muita alegria, e com o Pe. Agostinho bem presente no nosso coração, que muitos de nós, cerca de oitenta pessoas, nos dirigimos pelas 7h da manhã, para os dois autocarros que nos levariam até Guisande, terra natal do P. Agostinho, para com ele rezarmos em acção de graças ao Senhor, pelo dom da sua vida, toda dedicada à Santa Igreja, e pela dedicação especial a esta Comunidade já no entardecer da sua vida. Nem a falta de saúde nem o peso dos anos o impediram de ser o obreiro da criação desta Paróquia a que todos nos orgulhamos de pertencer.
Passámos pelo Santuário de Fátima, onde ele tanto gostava de passar todos os anos, alguns dias de reflexão para retemperar energias, e onde nos levava todos os anos em peregrinação comunitária e paroquial depois. Onde chegou a levar aos encontros de formação de catequistas e de liturgia, grupos que ultrapassavam as duas dezenas de pessoas. A título de curiosidade, podemos partilhar convosco, que no ano que antecedeu a sua partida para o Pai, em Agosto de 96, já muito doente, fomos buscá-lo ao fim de meia dúzia de dias, a um sábado, porque uns noivos lhe tinham pedido que os casasse. Nos anos todos que lidámos com o Pe. Agostinho, nunca ele saíra de Fátima, sem ir recolher-se um pouco na capelinha em oração, mas naquele sábado não quis ir despedir-se de Nossa Senhora. Perante a nossa estranheza e insistência para que o fizesse, porque tínhamos muito tempo, respondeu-nos que não voltaria mais e que iria ter muito tempo para rezar. O casamento era precisamente na capela sita no jardim de Cascais. Chegou cansadíssimo e ainda teve que esperar imenso pela noiva. Quem assistiu à celebração não deu por nada, pois ele foi buscar energia e alegria próprias para uma celebração festiva que nós ficámos perplexos. Quando chegámos ao carro desabafou que estava de rastos, ao retorquirmos que ninguém diria isso, pela disposição que demonstrara, respondeu: “os noivos não têm culpa que eu esteja a morrer”.
Continuando a nossa viagem para Guisande, ainda parámos para almoçar em Caldas de S. Jorge, chegando cerca das 14h30m ao nosso destino. Demo-nos conta de algumas alterações e melhoramentos na alameda da Igreja matriz de S. Mamede, onde o Pe. Agostinho foi baptizado. No nosso caso, fazia 15 anos que não íamos lá. Esta foi sem dúvida, uma verdadeira peregrinação “de alma e coração” ao túmulo do Pastor que para muitos de nós, foi um verdadeiro pai: na Fé, no crescimento espiritual, social e humano. Demonstraram-no as palavras à moda de testemunho, que junto ao túmulo muitos partilharam.
Encontravam-se à nossa espera alguns conterrâneos e vários familiares do Padre Agostinho. Entre eles três irmãs, dois sobrinhos e duas sobrinhas e outros familiares que estiveram connosco aquando das celebrações das suas Bodas de Ouro Sacerdotais.
Acompanharam-nos nesta peregrinação o nosso Prior, o Pe. Magalhães e o Pe. Simon, que celebraram a Eucaristia na igreja onde o Pe. Agostinho foi crescendo na fé e desenvolvendo o seu desejo de ser Sacerdote para o Senhor.
A viagem de regresso a casa foi animadíssima.
Acreditamos que todos regressaram felizes a suas casas com o sentido do dever cumprido.
Texto: Casal Idalete e Carlos Oliveira