O Papa Francisco rezou o Angelus deste domingo, 18 de agosto, da janela da residência pontifícia, no Vaticano, com milhares de fiéis e peregrinos presentes na Praça São Pedro.
Na alocução que precedeu a oração mariana, o pontífice explicou um trecho da Carta aos Hebreus que diz: “Corramos com perseverança na corrida, mantendo os olhos fixos em Jesus, autor e consumador da fé”.
“É uma expressão que devemos sublinhar especialmente neste Ano da Fé. Nós, também, ao longo deste ano, mantemos os olhos fixos em Jesus, porque a fé, que é o nosso sim à relação filial com Deus, vem d’Ele: Ele é o único mediador desta relação entre nós e nosso Pai que está nos céus. Jesus é o Filho, e Nele somos filhos”, frisou Francisco.
O Santo Padre recordou que a Palavra de Deus deste domingo contém uma palavra de Jesus que nos coloca em crise, e precisa ser explicada, caso contrário, pode levar a mal-entendidos.
“Jesus disse aos seus discípulos: Vocês pensam que eu vim trazer a paz sobre a terra? Pelo contrário, eu lhes digo, vim trazer divisão. O que isso significa? Significa que a fé não é algo decorativo, ornamental. Viver a fé não é decorar a vida com um pouco de religião, como se fosse um bolo que confeitamos com o glacé. Não! A fé não é isso. A fé significa escolher Deus como critério-base da vida e Deus não é vazio, Deus não é neutro, Deus é sempre positivo, Deus é amor e o amor é positivo”, frisou o pontífice!
O Papa disse ainda que “depois de Jesus ter vindo ao mundo, não podemos mais agir como se não conhecêssemos Deus, como se fosse algo abstrato, vazio, de referência puramente nominal. Não. Deus tem um rosto concreto, tem um nome: Deus é misericórdia, Deus é fidelidade, é vida que se doa a todos nós. É por isso que Jesus diz: vim trazer divisão, não que Jesus queira dividir as pessoas umas das outras, pelo contrário, Jesus é a nossa paz, é a nossa reconciliação! Mas esta paz não é a paz dos sepulcros, não é neutralidade. Jesus não traz neutralidade”.
“Seguir Jesus significa renunciar ao mal, ao egoísmo e escolher o bem, a verdade, a justiça, mesmo quando isso exige sacrifício e renúncia dos próprios interesses. E isso sim divide, nós sabemos, divide os vínculos mais estreitos. Mas atenção: não é Jesus quem divide! Ele põe o critério: viver para si mesmos ou viver para Deus e para os outros, ser servido ou servir, obedecer a si mesmo ou obedecer a Deus. E neste sentido Jesus é sinal de contradição”, destacou o pontífice.
Francisco frisou que “esta palavra do Evangelho não autoriza o uso da força para difundir a fé. É exatamente o contrário: a verdadeira força do cristão é a força da verdade e do amor, que leva a renunciar a toda violência. Fé e violência são incompatíveis. Fé e violência são incompatíveis, repetiu o Papa. Em vez disso, fé e fortaleza caminham juntas. O cristão não é violento, mas é forte. E com qual fortaleza? Com a da mansidão. A força da mansidão, a força do amor”.
O Santo Padre recordou que “entre os parentes de Jesus havia alguns que não partilharam o seu modo de viver e pregar, diz o Evangelho. Mas sua mãe sempre o seguiu fielmente, mantendo fixos os olhos de seu coração em Jesus, o Filho do Altíssimo, e em seu mistério. No final, graças à fé de Maria, os familiares de Jesus tornaram-se parte da primeira comunidade cristã. Peçamos a Maria que nos ajude também a manter os olhos bem fixos em Jesus e a segui-lo sempre”.
Após a oração do Angelus, o Santo Padre recordou mais uma vez que “seguir Jesus não é neutro, seguir Jesus significa envolver-se, porque a fé não é algo decorativo, é força da alma”.
O Papa saudou com afeto os romanos, peregrinos, famílias, grupos paroquiais e jovens e pediu-lhes para rezar pelas vítimas do acidente entre uma balsa e um navio cargueiro, em Cebu, nas Filipinas, na última sexta-feira, e suas famílias.
Francisco pediu aos fiéis para que continuem rezando pela paz no Egito. Todos juntos repetiram com o Papa: ‘Maria, Rainha da Paz, rogai por nós’!
A seguir, o pontífice saudou o grupo folclórico polonês proveniente de Edmonton, no Canadá, e os jovens de Brembilla, perto de Bérgamo, que levarão a pé de Roma à sua cidade a tocha abençoada pelo Papa.
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