Celebra-se a 14 de Dezembro o 1.º aniversário da morte do Pe. Zé Manel. A revista online “Semanário Ecclesia” antecipa a homenagem, que aqui reproduzimos com o artigo da autoria do Pe. Tony Neves:
Publicamos no Boletim o artigo da autoria do Pe. Tony Neves:
“O cancro continua a fazer razias. E vemos sofrer muitos dos nossos familiares e amigos, alguns dos quais partem ao fim de um calvário mais ou menos longo.
Faz um ano que perdi um grande amigo de coração, um colega dos tempos da adolescência, um missionário de elite, o P. José Manuel Sabença. Escrevi sobre a sua ‘páscoa’: ‘Ainda estou a tentar acordar do pesadelo que foi a doença e a morte tão prematura do P. Zélito, como era chamado em família. Há mortes que doem mais que outras, pela ligação que temos às pessoas. O Zé Manel e eu crescemos juntos nos Seminários Espiritanos, trabalhamos juntos em muitas Missões nos últimos 30 anos. O choque da notícia do seu tumor nos pulmões ainda hoje ecoa nos meus ouvidos. Mas Deus sabe sempre o que faz e a sua recompensa antecipada é prémio mais que merecido. Nós é que ficamos mais pobres aqui e a separação tão trágica vai continuar a ser ferida aberta.
Se a sua vida sempre foi um hino à Missão, os seus dias de calvário e o momento da sua morte são um livro aberto de uma Fé quase sem limites. O seu leito de morte foi púlpito de vida. Na hora da sua partida ele já tinha quase tudo programado, até a cor branca dos paramentos do seu funeral!
Privei tantos momentos fantásticos durante a sua vida mais ativa e fui também privilegiado na hora em que a dor e o limite tentaram tomar conta dele. Sempre que o visitava, no hospital ou no Seminário, tinha sempre direito a um momento a sós em que me emocionava a sua serenidade e os conselhos (hoje ninguém gosta de os receber!) que me ia dando. Guardo-os no coração e alguns deles são mesmo só para mim.
Recebi centenas de mensagens de pesar e solidariedade por ocasião da morte do P. Zé Manel, que publicamente agradeço. Vieram de todo o mundo e de todos os cantos de Portugal. Mostraram-me como ele era querido e como a sua Missão marcou tanta gente, dentro e fora da Igreja, desde bispos a autarcas, de catedráticos a gente simples do nosso bom povo’.
E eu completava assim: ‘Sejamos dignos da herança que recebemos. A Missão continua em força’.
Apoiemos a ‘Acreditar’ e todas as associações que, de forma séria e comprometida, dão corpo às balas e cara à luta contra todos os cancros que semeiam dor, pânico e morte em muitas famílias.”