“Levanta-te e resplandece, Jerusalém, porque chegou a tua LUZ e brilha sobre ti a glória do Senhor. Vê como a noite cobre a terra e a escuridão os povos. Mas sobre ti levanta-se o Senhor e a Sua glória te ilumina.” (Is. 60, 1-2)

Estas palavras de Isaías vêm muito a propósito e não só nos colocam dentro do Natal que estamos a celebrar, como nos conduzem a Jerusalém, quer à cidade, quer aos muitos conteúdos e sentidos que esta cidade tem para, podemos dizer, o mundo inteiro. A mensagem do profeta, carregada de esperança e de grande júbilo, é-nos oferecida através de um símbolo magnífico que ninguém pode ficar alheio, a LUZ. Que ilumina, que brilha e que traz consigo aquilo que há muito se aguardava – a PAZ radiante e o reencontro “dos filhos que vêm de longe e das filhas que são trazidas nos braços.” (Is. 60) E porquê tanto júbilo e tanta alegria em Jerusalém? A resposta é esta: O SENHOR ESTÁ A CHEGAR! O Senhor, Ele próprio, vem. Tudo vai renascer, uma nova era vai começar.

É nesta perspetiva que celebramos o nascimento de Jesus. E neste domingo, que é para nós o dia da Epifania (alguns poderão chamar-lhe o Dia de Reis), põe em destaque a manifestação de Cristo à Humanidade e a descoberta da sua Missão entre as pessoas.

Podemos dizer que a vida de Cristo, desde o Nascimento até à Paixão, Morte e Ressurreição é uma verdadeira EPIFANIA, quer dizer, uma revelação ou manifestação. Na sua vida vamos descobrindo não só a pessoa que Jesus foi, mas também a Missão de que se fez portador. As palavras que proferiu e os gestos que realizou, em particular na última Páscoa, mostram com muito clareza o que constitui o coração e a Fé cristã. O domingo que estamos a celebrar – a Solenidade da Epifania – oferece-nos o encontro dos Reis Magos com o Menino há pouco nascido. Estas personagens, que são popularmente chamadas de Reis Magos, aparecem de uma maneira inesperada na cena do Evangelho de S. Mateus. É-nos dito que vêm do Oriente, guiados por uma estrela e que desejam saudar e render homenagem ao REI dos judeus, acabado de nascer. A sua presença no Evangelho do nascimento de Jesus é muito significativa. Vindos de outro povo que não o povo judeu, dizem-nos que Jesus nasceu para todas as pessoas da terra. o que n’Ele se manifesta destina-se a todos. O AMOR que anuncia e vive de uma forma plena, abraça toda a gente sem excluir ninguém. Ele é O HOMEM UNIVERSAL. A Sua Missão não se limita a este ou àquele tempo; é para sempre. E a PAZ que agora se inicia, e que será em plenitude quando Cristo for tudo em todos, a realização do SONHO do nosso DEUS.

Pe. Manuel Magalhães Fernandes