A CELEBRAÇÃO da Fé ao longo do ano é orientada pela memória que fazemos dos acontecimentos ocorridos ao longo dos séculos que nos precederam, de modo especial, aqueles que dizem respeito à preparação da vinda de Cristo, aos anos da Sua infância e da Sua juventude vividos em Nazaré, aqueles que passou a anunciar a Boa Nova aos seus concidadãos e aos povos dos territórios  vizinhos, e, de modo muitíssimo especial, os acontecimentos ocorridos em Jerusalém na Sua última PÁSCOA, a saber: Paixão, Morte, Ressurreição e Ascensão aos Céus. Estes acontecimentos, tornados presentes na Liturgia, são a fonte de onde nasce e se alimenta a Fé cristã.

Voltemo-nos agora, de forma resumida, para a Palavra de Deus que a Liturgia deste domingo nos oferece. A primeira leitura, estraída do Livro de Samuel e a passagem do Evangelho de S. João  apresentam a vocação de Samuel (1 Sam. 3) e o chamamento dos primeiros discípulos de Cristo. O assunto da VOCAÇÃO constitui algo de muito importante na vida cristã. Em primeiro lugar, voltando-nos para Jesus, descobrimos que toda a Sua vida é resposta à voz do PAI. A Sua relação com o Pai é de tal forma vital para Ele que nada acontece fora desta ligação e desta comunhão. Samuel por um lado e os primeiros discipulos por outro são iluminados e tomam consciência de que a voz que ouvem é tão clara e sedutora e fica tão gravada no seu íntimo que segui-la os leva à plenitude. Não porque a Palavra de Deus venha satisfazer algumas aspirações humanas, nascidas do egoísmo, mas porque os leva a verem-se envolvidos pelo Amor sem limites.

Padre Manuel Magalhães Fernandes