O bispo de Leiria-Fátima, nomeado a 20 de maio cardeal pelo Papa Francisco, disse que recebeu e notícia com surpresa e emoção, encara-a “como um serviço” e deseja “participar” na reforma que o Papa está a fazer, sugerindo “simplicidade” aos cardeais.

“Acho que deverá chegar o momento em que os cardeais se apresentem com a mesma simplicidade com que o Papa Francisco se apresenta. Desejarei dizer isso ao Santo padre, mas o Santo padre terá a última palavra”, disse o bispo de Leira-Fátima.

No Santuário de Fátima, D. António Marto referiu que deseja que os cardeais se apresentem com “a batina de bispo”, “sem aqueles vermelhos, sem aqueles chapéus cardinalícios”, acrescentando que “isso é dispensável.

“O Santo Padre conhece bem o que eu penso e sabe que tem em mim um apoiante da reforma que está a fazer na Igreja, uma Igreja mais próxima, mais evangélica e mais misericordiosa”, acrescentou.

Para o bispo de Leiria-Fátima, a família, os jovens e o acolhimento na Igreja Católica são campos em que o Papa poderá contar com o seu contributo.

“No fim deste mês publicarei uma nota pastoral sobre a situação dos fiéis divorciados em nova união, seguindo a exortação apostólica do Papa”, anunciou D. António Marto, acrescentando que a questão dos jovens é “uma das questões prioritárias na Igreja”, necessitando de criar mais proximidade a quem tem uma linguagem nova, que “não é apenas técnica”, mas uma “cultura de relação”, de “ver o mundo e as questões”.

D. António Marto valorizou também “a purificação da Igreja” em curso, que “o Papa leva muito a sério e é necessária, tornando-a simples, acolhedora para todos os quadrantes, construindo pontes”.

“Tudo isto são tarefas apaixonantes em que o Papa põe o seu empenho para contruir o mundo de fraternidade e de paz. Estou disponível para isso, sublinhou.

D. António Marto afirmou também que a sua nomeação para cardeal acentua a “ligação entre a Sé de Pedro a Diocese de Leiria-Fátima”, considerando que a celebração do centenário “terá contribuído” para a escolha do Papa, por ter experimentado “ao vivo” o que significa Fátima para a Igreja universal e para o mundo.

D. António Marto disse que “gostaria de participar num Conclave”, mas é algo que só vai considerar quendo “essa ocasião se apresentar”, acrescentando que a Igreja Católica vive um “momento de graça” com o Papa Francisco.

O consistório para a criação de 14 novos cardeais (11 eleitores) está marcado para 29 de junho, no Vaticano.

Agência Ecclesia