Neste segundo domingo da Quaresma somos convidados a contemplar a Transfiguração do Senhor segundo o Evangelho de São Lucas. O mistério da Transfiguração será meditado uma segunda vez, neste ano, na festa da Transfiguração celebrada no dia 6 de Agosto. Nesta celebração de hoje temos a oportunidade de proclamar a divindade de Cristo, pouco antes da Paixão. A Transfiguração do Senhor é uma antecipação do que será a glória do Céu, onde veremos a Deus face a face; em virtude da graça, participamos já na terra prometida, ou seja, na vida eterna. São Leão Magno diz: “a finalidade principal da Transfiguração foi desterrar das almas dos discípulos o escândalo da Cruz”. Pela Transfiguração, Deus demonstra que uma existência vivida como dom não fracassa, mesmo quando termina na Cruz. Também nos revela que Jesus é “o Filho amado do Pai” e nos convida a escutar o que Ele nos diz.

A Transfiguração do Senhor antecipa a Ressurreição e anuncia a divinização do homem. Conduz-nos a um monte alto para acolher de novo, em Cristo, o dom da filiação divina, pela Graça de Deus: “Este é o meu Filho amado: Escutai-O.” A Transfiguração leva-nos a pensar no Céu, que será a nossa morada permanente. O Senhor quer confortar-nos com a esperança do Céu, de modo especial nos momentos mais difíceis na nossa vida terrena. A nossa vida é caminho para o Céu. Mas esta caminhada passa pela Cruz e pelo sacrifício. Até ao último momento, teremos que lutar contra a corrente e as tempestades da vida.

A Transfiguração mostra-nos que o lugar ideal onde o ser humano pode obter a graça e o conhecimento de Deus é o Filho amado do Pai. A comunhão com o Pai começa na escuta do Filho. Literalmente, o Pai entroniza o Seu Filho no mundo para a nossa salvação. Afirma João (10,30) que “Eu e o Pai somos um”. Por isso, “quem me vê, vê o Pai” (João 14,9). A Transfiguração infunde esperança nos cristãos.

Na Transfiguração, o Pai revela à humanidade que não há razão para ter medo do mundo e das suas seduções, enquanto peregrinos, mas devemos procurar acumular os nossos tesouros nos céus onde nem a ferrugem nem a traça os podem estragar. Também reclama a necessidade do desapego. Por isso é que neste tempo da quaresma, somos convidados a ir ao encontro dos necessitados para transmitir-lhes a alegria cristã que brota da Sua Palavra.

1. De que forma enfrento as dificuldades na minha vida?
2. Que lugar tem O Filho de Deus na minha vida? Será que O escuto com atenção?

Peçamos ao Senhor que opere em nós a Transfiguração junto com a do seu Filho. Que a nossa mente esteja voltada para o céu.

Um bom domingo para todos!

P. Andrew Prince