O Evangelho inicia com a pergunta feita pelo doutor da Lei “Mestre, que hei de fazer para possuir a vida eterna?” (Lc 10, 25) e depois de várias respostas dadas, volta a terminar com um convite “ Então Vai e faz o mesmo”.
Para definir quem é o nosso próximo, Jesus ultrapassa a dimensão sanguínea para descrever o próximo como aquele que sofre e precisa de alguma atenção particular. Também como aquele que sente compaixão ao outro. Portanto, diante destas definições dadas por Jesus, podemos encontrar os nossos próximos nas pessoas marginalizadas, imigrantes, sem-abrigos e, sobretudo, nas pessoas que vivem numa solidão profunda tanto física como espiritual. Além disso todos os que estão dispostos a ajudar os outros a saírem das precariedades da vida são também próximos.
Através desta parábola compreendermos que ser cristão é ser misericordioso para com os nossos irmãos, especialmente, os que sofre. Portanto, podemos afirmar que o essencial, segundo o Evangelho, é a misericórdia. Deus enviou o Seu Filho, Deus se fez homem para nos salvar, ou seja, para nos dar a Sua misericórdia. Jesus diz isto claramente, resumindo o seu ensinamento aos discípulos: “Sede misericordiosos, como o vosso Pai é misericordioso” (Lc 6, 36). O cristão deve ser necessariamente misericordioso, porque este é o centro do Evangelho. A partir da fé cristã podemos dizer que a misericórdia é a única ação verdadeiramente humana diante do sofrimento alheio que, uma vez interiorizada, se transforma em princípio de atuação e de ajuda solidária para quem sofre. Devemos procurar como cristãos estar do lado de quem sofre e sermos compassivos com eles, acolhê-los e participar nas suas dores e angústias. Jesus espera de nós uma solicitude concreta, como a do bom samaritano, por quem está ferido no corpo e no espírito, por quem pede ajuda, ainda que desconhecido e sem recursos.
PISTA DE REFLEXÃO SEMANAL
Qual é a minha atitude para com os doentes na nossa Comunidade e Sociedade?
Desejo-vos uma boa semana.
Pe. Andrew Prince