É um fato inegável que os bens materiais ajudam o homem a ter uma vida serena e feliz. Existem necessidades fundamentais como a alimentação, a habitação, a saúde, o vestuário, etc., que tem que ser encontradas. No entanto, não são o essencial para a vida peregrina, porque a vida transcende além daquilo que os olhos vêm, se acreditarmos na vida eterna. Diante de poder e do dinheiro, até os melhores amigos tornam-se inimigos. Por isso, é necessário termos cuidado. Este domingo oferece-nos esta oportunidade para uma reflexão aprofundada do tema do dinheiro e dos bens materiais.

O Evangelho fala-nos da Parábola do Rico Insensato e desafia-nos a não colocar a nossa esperança e confiança nos nossos bens terrenos, ou até proclamarmo-nos donos ou criadores deles, porque não são coisas infinitas. Assim, entendemos que os bens materiais são para o homem e não o homem para os bens materiais. Não podemos deixar que a vida se fundamente apenas no sentido de adquirir os bens, esquecendo o tempo para Deus e o serviço aos irmãos. Devemos guardar a nossa existência de avareza, ganância e o desejo de possuir. A vontade de ser rico aos olhos do mundo leva-nos muitas vezes a cair no pecado da cobiça. Diz-nos o Catecismo da Igreja Católica: “O apetite sensível leva-nos a desejar as coisas agradáveis que não possuímos. Exemplo disso é desejar comer quando se tem fome ou aquecer-se quando se tem frio. Estes desejos são bons em si mesmos; muitas vezes, porém, não respeitam os limites da razão e levam a cobiçar injustamente o que não é nosso e que pertence, ou é devido, a outrem” (CIC 2535). A cobiça dos bens não conduz à vida plena, não responde às aspirações mais profundas do homem, não conduz a um autêntico amadurecimento da pessoa.

Jesus convida-nos a tomar consciência aquilo que é a causa de todos os males, a avidez do dinheiro: «vede bem – diz a todos – guardai-vos de toda a avareza: a vida de uma pessoa não depende da abundância dos seus bens». Somos chamados a procurar a nossa riqueza aos olhos de Deus. Isto leva-nos a sermos generosos com os irmãos, sentirmos o dom da partilha e a cultivarmos a virtude de tolerância.

Ser rico aos olhos de Deus é reverter a lógica do mundo sobre a riqueza que muitas vezes toma a forma de ganância. Devemos ser mais compassivos e simpáticos com os nossos irmãos. Assim seja!

Pe. Andrew Prince