O corpo humano precisa de uma alimentação saudável para o seu sustento. Na ausência disso a pessoa humana sente-se fraca e incapaz de realizar as suas atividades diárias. A oração é como o alimento, é o motor e a força do cristão para viver a sua intimidade com Deus. Sem oração podemos ter conhecimentos teóricos dos conteúdos da Fé, mas nunca podemos ter uma experiência viva de Deus. A oração une-nos com Deus. Portanto, o tema da oração torna-se para o cristão uma condição necessária para viver e amar. Mas de que forma e disposição deve ser a oração cristã?
O Evangelho deste domingo, em que celebramos o dia mundial das missões e também o encerramento do ano missionário, ajuda-nos a contemplar a necessidade de oração e a forma de rezar adequadamente para manter esta relação frutuosa e pacífica com o nosso Deus. São Lucas apresenta-nos o episódio de uma viúva desprotegida e injustiçada, mas que dirige insistentemente a sua súplica e o seu clamor e pede a justiça. Diante desta viúva está um juiz que “não temia a Deus, nem respeitava os homens” e que não quer saber nada de uma pobre viúva que a ele recorre exigindo justiça. No entanto, este juiz atende as incessantes súplicas da viúva para que ela não o continue a incomodar. Somos convidados a entender que Deus, muito melhor que o juiz injusto, escutará as súplicas de quem a Ele recorre confiadamente.
Os Evangelhos falam-nos diversos momentos de orações na vida de Jesus: Antes de escolher os Seus discípulos e antes de iniciar a Sua Paixão: “Pai, chegou a hora; glorifica o Teu Filho para que o Teu Filho Te glorifique…” (Jo 17,1-26). E ainda a oração no Jardim das Oliveiras: “Abba. Ó Pai! A Ti tudo é possível: afasta de mim este cálice; faça-se porém, não o que Eu quero, mas o que Tu queres” (Mc 14,36). Também as orações de Jesus na cruz: “Pai, perdoa-lhes porque não sabem o que fazem” (Lc 23,24); “Meu Deus, meu Deus, porque Me abandonaste?” (Mc 15,34) E ainda: “Pai, em Tuas mãos entrego o Meu espírito” (Lc 23,46). Não nos devemos cansar de rezar. A nossa oração deve ser perseverante, humilde, confiante e insistente.
Deus convida-nos a rezar com insistência, pois, no nosso caminho quotidiano, especialmente nas dificuldades, na luta contra o mal fora e dentro de nós, o Senhor está ao nosso lado; lutamos, tendo-O ao nosso lado, e a nossa arma é precisamente a oração, que nos faz sentir a Sua presença ao nosso lado, a Sua misericórdia e também a Sua ajuda. Neste mês de outubro não esqueçamos que o terço é a uma arma poderosa na vida do cristão. Há várias situações no mundo e na nossa vida pessoal em que nos sentimos perdidos e incapazes de prosseguir, ou seja, somos náufragos no mar da vida. É nestas horas que o Senhor pede que confiemos Nele e que mantenhamos firme a nossa esperança. “Nada te perturbe, nada te espante, quem a Deus tem nada lhe falta”. Devemos levantar os olhos para o monte de onde virá o nosso auxílio como nos diz o salmista. Este movimento de levantar e olhar só é possível pela fé em Deus que tudo resolve com esperteza e amor. E devemos procurar alimentar esta fé pela oração. Como batizados, somos enviados em missão no mundo para testemunhar a força da oração e a ajudar a irradiar no mundo as trevas que nele existem dando o sabor do Evangelho e a alegria do perdão a todos. Em todo este caminho é necessário rezar sempre sem desanimar. Que nenhuma situação da vida nos tire a nossa vontade de rezar e em sermos verdadeiros missionários.
Desafio da semana
Rezemos pelas pessoas que sofrem injustiças.
Um bom domingo de missão para todos! Unidos em Oração!
O Pároco,
Pe. Andrew Prince